“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co 2.4-5).
Estou de volta com as pastorais. Acho que passei por um período de depressão pós-férias. É isso mesmo. Depressão pós-férias. Você volta das férias e sente uma falta de energia inexplicável e um desânimo enorme ao cumprir suas obrigações. Segundo estudo realizado pela Isma - BR (International Stress Management Association no Brasil), instituição voltada para a investigação do estresse, esse mal já aflige 23% dos brasileiros. É mais um mal atribuído ao estilo de vida peculiar ao nosso século.
Outra característica do nosso tempo é a valorização da imagem. As pessoas gastam muito dinheiro para ter um corpo bem definido, uma imagem positiva, bela, com a finalidade de obter sucesso pessoal e profissional. As empresas também gastam muito dinheiro com propagandas, cada vez mais sofisticadas com o objetivo de convencer os consumidores a adquirirem seus produtos. Acredito que hoje, mais do que em outra época, vale a afirmação de que a propaganda é a alma do negócio. Muitas pessoas compram não o que é necessário, mas o que é imposto por meio de propagandas bem elaboradas.
No meio cristão esse fato também é percebido. Muitas pessoas estão comprando a fé com maior visibilidade promocional, a que mais convence ou a mais vantajosa. As igrejas que mais crescem são aquelas que possuem habilidades no uso de ferramentas de marketing. Parece-me que o apóstolo Paulo já se preocupava com essas questões quando escreveu a primeira carta aos Coríntios. Ele desejava que os cristãos de Corinto tivessem uma fé pura, sincera que não se baseasse em “linguagem persuasiva” (2.4). A linguagem da propaganda visa o convencimento através da persuasão e do embelezamento do que é anunciado. Para evitar enfeites que podem ofuscar o Evangelho ele evitou “ostentação de linguagem ou de sabedoria” (2.1). Resolveu esquecer tudo, a não ser “Jesus Cristo e este crucificado” (2.2).
Para o apóstolo a propaganda não é a alma do negócio. Especialmente, quando se trata da proclamação do Evangelho. Sua mensagem não foi anunciada com a linguagem da sabedoria humana, mas com provas firmes do poder do Espírito de Deus (2.4). Poder que fez Jesus ressurgir de dentre os mortos. A ressurreição de Cristo é a base da nossa fé. Se estivermos firmados em Cristo temos condições não somente de superar a depressão pós-férias, mas principalmente, de discernir o que é proclamação do evangelho e o que é apenas propaganda. A fé em Jesus Cristo, crucificado e ressurreto, é o que importa. Essa fé não precisa de propaganda. Amém!
Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz