MEUS PARCEIROS

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A NOSSA LISTA


“Serás uma coroa de glória na mão do SENHOR, um diadema real na mão do teu Deus”. (Isaías 62.3).


Quem não se lembra do filme “A Lista de Schindler”. Considerado pela critica como o melhor filme do gênero. Uma história sobre Oskar Schindler, empresário alemão que salvou a vida de mais de mil judeus durante o Holocausto ao emprega-los em sua empresa.

Temos também a nossa lista. Geralmente feita no ultimo dia do ano. Não é uma lista com nomes de pessoas a serem salvas, mas uma lista com situações negativas e positivas vividas durante o ano que se finda. A nossa lista, com certeza, inclui alegrias, vitórias, conquistas, momentos marcantes vividos durante o ano que se finda. Também tristezas, frustrações, angustias, sofrimentos e oportunidades perdidas. O que passou, passou. É preciso olhar para frente como diz o filósofo Soren Kierkergaard: "A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente”.

Antes de olhar para frente e seguir nosso rumo, precisamos olhar para trás extrair as lições do que passou. Reconhecer que falhamos em relação ao compromisso com Deus e com nossa família. Erramos como cônjuge, como pais e como filhos, como patrões e como empregados, como cidadãos, como amigos e irmãos. Este não é apenas um momento de reflexão sobre o passado, mas um tempo de arrependimento, de pedir perdão e perdoar, de aproximação e de reconciliação. O passado contém indícios de que o mesmo Deus que esteve conosco nos conduzindo na fé, continuará a nos guiar durante a caminhada do próximo ano.
A vida só pode ser vivida, olhando-se para frente. Talvez por isto que a cada final de ano nos deparamos com varias profecias, previsões e promessas sobre o que vai acontecer no ano que esta chegando. Mas estes prognósticos só trazem confusões àqueles que não sabem discernir entre o verdadeiro e o ilusório. Olhar para frente significa olhar para as promessas de Deus. Se estivermos nas mãos do Senhor seremos como um coroa de gloria, como um diadema real. Isto significa que submissos a sua palavra nossa vida irá refletir a grandeza e amor de Deus.

A nossa lista nos leva a olhar para trás. Mas olhando para frente descobrimos que temos um Deus em quem podemos confiar. Em Cristo Jesus, temos a garantia de que os erros do nosso passado serão perdoados. Temos também a garantia de o nosso futuro será abençoado. Portanto, no ano de 2019 todos nós, confiados na graça de Deus seremos como um diadema real, revelando a presença e a autoridade de Deus no mundo, mesmo vivendo sob o esteio ideológico contrário aos princípios e valores do Reino de Deus.

Com Fé, Esperança e Amor, Feliz 2019 a todos!
Rev. Ezequiel Luz

domingo, 23 de dezembro de 2018

PAZ PARA TODOS


“Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação” (Is 52.7).

Quem nunca ouviu falar em UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). As UPPs fazem parte da estratégia de ocupação das favelas cariocas e do combate ao crime organizado. É uma política de segurança pública para facilitar a atuação do governo do Rio de Janeiro, na tentativa de pacificar áreas de conflitos, onde marginais e traficantes dominam a população com violência e se refugiam em locais de difícil acesso. A proposta é levar a paz para todos os moradores da Cidade Maravilhosa e, a partir dessa experiência, para todo o Brasil.

No entanto a realidade revela que quanto mais UPPS mais distante fica a paz. Também soa um pouco estranho falar em paz para todos os cariocas, para todos os brasileiros, para todos os habitantes da terra. Diariamente ouvimos notícias sobre guerras, conflitos armados, brigas, intrigas em diversos lugares do mundo. Mas mesmo parecendo estranho concordamos com profeta Isaías quando afirma ser “bonito ver um mensageiro correndo pelas montanhas, trazendo notícias de paz, boas notícias de salvação” (Is 52.7).

Aqui vale fazer uma distinção entre paz aparente e paz real. A primeira pode ser encontrada em uma favela que vive sobre a proteção de uma UPP, em uma pequena cidade do interior com vida tranquila e mansa, em uma nação que não está em guerra, em uma família que vive em harmonia e se dá bem com os vizinhos. A segunda não tem espaço geográfico e não depende de circunstâncias, ela pode acontecer em qualquer lugar e em qualquer situação. A paz proposta pelo profeta Isaias ao povo de Deus que vivia no exílio é real e está atrelada ao nascimento do messias. A cidade de Jerusalém estava arrasada. Em meio aos escombros da Cidade Santa, os filhos de Deus poderiam cantar louvores. Isto porque Israel, mesmo oprimido, tinha como aliado a promessa de paz com Deus centrada no Salvador prometido.

Hoje no Natal lembramos que a paz em Cristo é definitiva e está acima de qualquer preocupação. Não há relações pessoais, familiares, guerras, violência, corrupção ou maldade que possam impedi-la. Também não há ninguém que possa concedê-la. Somente Jesus através do perdão de nossos pecados. Esta é a paz real que vem da manjedoura, que vem de Belém, que vem do Natal. A paz real que foi anunciada por um coro angelical: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens”.

Natal é paz real hoje e sempre para todos os que creem.


Feliz Natal!
Rev. Ezequiel Luz

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

VISÃO DO NATAL


“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2).

Hoje se fala muito em visão. Visão sistêmica, visão holística, visão da empresa, visão da igreja. Mas o que de fato se quer dizer com a palavra visão? Na abordagem dos administradores de empresas visão é tudo aquilo que constitui uma expectativa, um desejo, um sonho plausível. Ou seja, tudo aquilo que ainda não se vê, mas que é possível de concretização.
Em algumas situações as coisas que não vemos são mais importantes do que as que vemos. Paulo ensina que se esperamos o que ainda não vemos com paciência o aguardamos. Segundo o apostolo, não devemos focar nas “coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (Rm 8.25 e 2Co 4.18). Portanto as coisas eternas, como a graça, o amor, o perdão que não se veem são mais importantes dos as que se veem. Elas dão sustentabilidade aos que creem nos momentos mais difíceis da existência humana.
Fico pensando sobre a visão dos lideres religiosos diante dos eventos do natal. Será que algum deles percebeu que o Messias estava para nascer? O que é que os moradores de Belém pensavam sobre aquelas pessoas chegando e lotando as hospedarias da cidade? Será que em algum momento se lembraram da profecia de Miquéias e discerniram que entre aquelas pessoas estava a que seria instrumento de Deus para dar a luz ao Salvador? Qual seria a reação do dono do estábulo se percebesse que o menino que nascera ali era o filho de Deus, o rei eterno de Israel? É certo que Deus usou a falta de visão de todos os habitantes daquela região para que seu propósito perfeito se realizasse.
Hoje a visão de muitos é de um natal apenas mercantilista. Época de se vender bastante, de ganhar muito dinheiro. Para outros é uma oportunidade de reunir a família, comer bem e beber bastante. Para uma minoria, o natal é nostálgico e deprimente. Mas alguns conseguem ir além das luzes, do brilho, das cores, das festas, da agitação, da nostalgia e perceber que Deus ainda trabalha em nosso mundo. Estas pessoas mantêm os olhos espirituais bem abertos e enxergam a mão de Deus por trás dos eventos natalinos e anunciam com ousadia, a graça, o amor de Deus, a justiça, a opção de estar ao lodo dos mais fracos àqueles que ainda exploram e oprimem o mais pobre.
Neste Natal, nosso desejo e oração é que seus olhos espirituais fiquem bem abertos para ver, nas comemorações do nascimento do menino Jesus, a maravilha e a grandeza do amor de Deus. Amém!

Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz


sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O AMANHÃ DE ALEGRIA


“Canta, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te e, de todo o coração, exulta, ó filha de Jerusalém”. (Sf 3.14)


As celebrações do Natal já estão às portas. O final de 2018, logo ali. Estamos no terceiro domingo do Advento. É natural que muitos comecem a refletir sobre o que foram esses onze meses e meio.  Boas e más experiências marcaram essa caminhada até aqui. Provavelmente muitos trarão a memória os sorrisos, os abraços, as mãos estendidas, as palavras de apoio que lhes faltaram, que ficaram distantes em muitas situações adversas. Mas também recordarão as lições apreendidas da maneira mais dura em meio ao sofrimento. A tristeza tornou-se realidade e a felicidade um lampejo na memória. Dificuldades no relacionamento com pessoas amadas, problemas financeiros, enfermidades, perdas. Situações que nos abatem. Mas a boa noticia é que podemos ter esperança, porque o amanhã trará muita alegria.

Os textos bíblicos indicados para este domingo são um convite para nos alegramos com a expectativa da implantação definitiva do Reino de Deus. O profeta Sofonias em um hino de louvor conclama o povo a gritar de alegria, porque o Senhor, Rei de Israel, estava com o seu povo. A sentença contra o eles seria anulada, os inimigos destruídos e retornariam a sua terra natal. Isaías também fala da volta do povo para sua terra e que naquele dia eles sairiam com alegria e tirariam águas das fontes de salvação. Paulo escrevendo aos filipenses orienta-os a se alegrarem sempre no Senhor. Já o texto de Lucas nos apresenta João Batista exigindo que todos que o procuravam para o batismo dessem frutos de arrependimento sendo solidários, repartindo o que tinham com os mais necessitados. Quando o povo insinua que ele seria o Messias, ele aponta para Jesus. E o povo se alegra com a Boa Noticia, com o Evangelho de Jesus.

Portanto, mesmo vivendo experiências ruins, enfrentando dissabores e sofrimentos nós, que cremos em Jesus, podemos vislumbrar um amanhã repleto de alegrias e cantar louvores ao nosso Deus. A celebração do nascimento de Jesus deve ser realizada com muita alegria. Também a alegria deve ser a marca da nossa esperança na volta do Senhor para o estabelecimento definitivo do Reino de Deus. Enquanto aguardamos devemos dar sinais do Reino, vivendo com alegria e sendo solidário com os menos favorecidos.

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

domingo, 9 de dezembro de 2018

PREPARANDO O CAMINHO


“Vós do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Lc 3.4b).
Estamos em pleno Advento. As cidades se enfeitam. O comércio se prepara para as vendas. As casas se abastecem para as ceias. As igrejas se iluminam para o culto de Natal. Tudo isto emoldura esta época do ano, mas precisamos também olhar atentamente para João Batista. Não é possível passar pelo Advento sem refletir sobre este personagem e sua mensagem.

João Batista é uma figura exótica e desafiadora. Seu nascimento e ministério foram anunciados pelos profetas (Is 40.3-5 e Ml 3.1-4). O pai é o sacerdote Zacarias. Durante o exercício do seu ministério no templo, um anjo revela que sua mulher Isabel dará a luz um filho cujo nome será João. Já adulto, vive no deserto trajando uma roupa feita de pêlos de camelo e um cinto de couro. A alimentação era de gafanhotos e mel do mato. Andava pelo deserto pregando a urgência do arrependimento. Ele era a voz que clamava do deserto. Profecias indicavam ser ele o precursor do Messias, o mensageiro que prepararia o caminho para a chegada de Jesus.

Duas coisas me chamam a atenção quando penso em João Batista. Primeiro é sua pregação incisiva, direta, sem rodeios. Ele não se preocupava em agradar seus ouvintes. Sua mensagem era uma convocação para uma mudança radical nas atitudes e comportamentos. Aponta para a necessidade de arrependimento para a remissão dos pecados. Somente assim seria possível andar com Deus. Segundo é sua coragem. Desprendeu-se de tudo que pudesse significar segurança e conforto. Correu o risco para servir com fidelidade o seu Deus. Terminou seu ministério sendo preso, condenado e decapitado.

Hoje a Igreja tem dificuldade com pregadores como João Batista. Preferimos os mensageiros de bênção, libertação, cura e prosperidade sem a necessidade de arrependimento e mudança de vida. Mesmo admirando pessoas corajosas e humildes como João Batista, falta-nos ousadia em seguir os seus passos, em imitar o seu exemplo. O testemunho da Igreja de hoje é acanhado para não dizer covarde. Mas, precisamos ter esperança, pois aquele que começou boa obra em nós a de completá-la até o Dia de Cristo Jesus (Fp 1.3-6).

Portanto, hoje, segundo domingo de Advento temos a oportunidade de confessar nossas falhas e pecados e pedir perdão a Deus. Os frutos do nosso arrependimento serão percebidos na relação fraterna com o nosso próximo. Também serão percebidos no testemunho corajoso e profético da Igreja quando esta denunciar os desvios da sociedade em relação aos princípios e valores do Reino de Deus.  Agindo assim a Igreja estará preparando o caminho para a volta do Messias. Amém!

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

sábado, 1 de dezembro de 2018

ADVENTO: ALEGRIA E EXPECTATIVA


"(...) exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima" (Lc 21.28).

O mês de dezembro já chegou e com ele o final do ano! Como o tempo passa ligeiro! Logo, logo estaremos comemorando a chegada de 2019.  Mais um ano novo! No entanto para os cristãos, o novo ano começa no domingo dia 2 de dezembro. É isso mesmo! No calendário Cristão, dia 2 é o primeiro domingo de Advento, e com ele inicia-se mais um Ano Eclesiástico ou Ano Litúrgico, que é distinto do Ano Civil. Para os cristãos o Advento tem como marca a alegria pelo nascimento do Salvador e a expectativa pela volta do Senhor.


A palavra "advento" significa literalmente "vinda, chegada". O período abrange os quatro últimos domingos antes do Natal. O Advento é muito importante, pois marca um período de festividades da Igreja Cristã. É um tempo de preparação para lembrar o nascimento do Salvador Jesus, o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Além disso, o Advento é uma convocação para nos prepararmos de forma especial e séria para a segunda vinda de Cristo.

A Igreja vive entre dois adventos. Um é histórico. Marcado por Jesus na manjedoura. O outro é escatológico. Marcando pela promessa do estabelecimento definitivo do Reino de Deus.  Jesus voltará no fim dos tempos para executar “juízo e justiça na terra” (Jr. 33.15). Mesmo vivendo em meio aos meandros e desmandos da sociedade moderna, com toda sorte de injustiças, violência, ódio e falta de amor, somos desafiados a permanecer fiéis ao Senhor do Advento, Jesus Cristo.

Portanto a igreja Cristã festeja com muita alegria o advento histórico e se preparar para o encontro no advento escatológico. Também se alegra com a certeza de que Jesus continua chegando através da celebração do culto, da exposição da palavra, da Santa Ceia e do batismo. Advento sempre acontece quando pessoas se reúnem e respondem com fidelidade o chamado para servir a Deus servindo às pessoas.


Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz