MEUS PARCEIROS

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

NASCIDOS PARA CRESCER

“E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2.52)

Fomos visitar meus pais em São Paulo. Viajamos de ônibus eu, minha esposa e meus dois filhos. Mateus, com três anos e o Renan, com quase um ano de idade. Em uma parada de ônibus, na Castelo Branco, descemos os quatro. Estávamos terminando o lanche, quando o sistema de som solicitou que os passageiros com destino a São Paulo se dirigissem para o embarque. Minha esposa foi na frente e eu, logo em seguida, com o pequeno no colo. Fui o último a chegar. Entrei no ônibus. A porta estava fechando e o motorista começava a manobra para sair do estacionamento. Então, do nada, perguntei à minha esposa: “Ivone, o Mateus está com você?”. Ela respondeu: “Não! Não está com você”? O desespero levou-nos a gritar pedindo que o motorista parasse o ônibus. Deixei o caçula com minha esposa e corri para dentro do restaurante procurando meu filho. O encontrei distraído e tranquilo, examinando brinquedos expostos em uma vitrine.

Maria e José passaram por um momento bem mais desesperador. Eles iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Em uma dessas viagens Jesus foi com eles e, na volta, perceberam que o filho não estava entre os viajantes. Se você já passou por uma experiência como esta, pode imaginar o desespero e a angústia que tomam conta da gente. Voltaram para procurá-lo e o encontraram, três dias depois, no templo sentado com os mestres, ouvindo a e fazendo perguntas sobre as Escrituras. Jesus não se escondeu dos seus pais e nem permaneceu em Jerusalém como ato de desobediência ou irresponsabilidade. Mas estava vivendo o processo de crescimento estabelecido por Deus.

Há muitas pessoas que crescem fisicamente e intelectualmente, mas emocionalmente são instáveis, inseguras e infantis. Alguns crescem de forma equilibrada nestas três dimensões, mas mesmo assim são pessoas incompletas. Para a pessoa se desenvolver plenamente ela precisa crescer também espiritualmente. Este crescimento, porém, só pode ser obtido na comunhão com Deus e com a família da fé. Por esta razão é importante seguir o exemplo de Maria e José. Ir ao templo regularmente e levar os filhos. Também é necessário imitar Jesus. Ter gosto em ouvir e conversar sobre a Palavra de Deus.

Neste primeiro domingo após o Natal é importante refletir sobre o nosso crescimento. Jesus nasceu, mas cresceu tanto fisicamente como em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. Nós também nascemos em Jesus Cristo para crescermos. Portanto, proponha a você mesmo o alvo de crescer através da leitura diária da Bíblia, da oração e da participação efetiva na igreja. Assim, como o menino Jesus, você crescerá em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. Amém!


Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

VISÃO DO NATAL

“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2).

Hoje se fala muito em visão. Visão sistêmica, visão holística, visão da empresa, visão da igreja. Mas o que de fato se quer dizer com a palavra visão? Na abordagem dos administradores de empresas visão é tudo aquilo que constitui uma expectativa, um desejo, um sonho plausível. Ou seja, tudo aquilo que ainda não se vê, mas que é possível de concretização.

Em algumas situações as coisas que não vemos são mais importantes do que as que vemos. Paulo ensina que se esperamos o que ainda não vemos com paciência o aguardamos. Segundo o apostolo, não devemos focar nas “coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (Rm 8.25 e 2Co 4.18). Portanto as coisas eternas, como a graça, o amor, o perdão que não se veem são mais importantes dos as que se vêem. Elas dão sustentabilidade aos que crêem nos momentos mais difíceis da existência humana.

Fico pensando sobre a visão dos lideres religiosos diante dos eventos do natal. Será que algum deles percebeu que o Messias estava para nascer? O que é que os moradores de Belém pensavam sobre aquelas pessoas chegando e lotando as hospedarias da cidade? Será que em algum momento se lembraram da profecia de Miquéias e discerniram que entre aquelas pessoas estava a que seria instrumento de Deus para dar a luz ao Salvador? Qual seria a reação do dono do estábulo se percebesse que o menino que nascera ali era o filho de Deus, o rei eterno de Israel? É certo que Deus usou a falta de visão de todos os habitantes daquela região para que seu propósito perfeito se realizasse.

Hoje a visão de muitos é de um natal apenas mercantilista. Época de se vender bastante, de ganhar muito dinheiro. Para outros é uma oportunidade de reunir a família, comer bem e beber bastante. Para uma minoria, o natal é nostálgico e deprimente. Mas alguns conseguem ir além das luzes, do brilho, das cores, das festas, da agitação, da nostalgia e perceber que Deus ainda trabalha de forma não visível em nosso mundo. Estas pessoas mantêm os olhos espirituais bem abertos e enxergam a mão de Deus por trás dos eventos natalinos e anunciam, com ousadia, a graça e o amor de Deus àqueles que ainda não o conhecem.

Neste Natal, nosso desejo e oração é que seus olhos espirituais fiquem bem abertos para ver, nas comemorações do nascimento do menino Jesus, a maravilha e a grandeza do amor de Deus por você. Amém!

Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz

sábado, 5 de dezembro de 2009

UM NÃO À BANALIZAÇÃO DA FÉ

“Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros” (Ml 3.2).


Na semana que passou fomos bombardeados com as imagens onde aparecem o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM) e seus aliados, recebendo dinheiro e guardando maços de notas em bolsas, bolsos, cuecas e até dentro de meias. Dentre as imagens, a mais degradante para mim foi aquela em que o deputado Rubens César Brunelli (PSC), aparece orando com o atual presidente da Câmara, Leonardo Prudente (DEM) e com Durval Barbosa, ex-assessor de Arruda e colaborador da PF, após o recebimento de propina: "Pai, quero te agradecer por estarmos aqui. Sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos. Mas o teu sangue nos purifica [...] Somos gratos pela vida do Durval, por ter sido instrumento de bênção para nossas vidas, para nossa cidade [...] Nós precisamos dessa tua cobertura, dessa tua graça, da tua sabedoria, [...] todos os planejamentos podem falhar, todas as nossas atividades, mas o senhor nunca falha... [...] O senhor prevalece", diz Brunelli durante a oração.

Estamos no advento. Tempo em que somos convidados a refletir sobre o nascimento de Jesus e sobre sua segunda vinda. Lamento que a fé esteja tão banalizada a tal ponto de não mais ser usada para servir a Deus e ao próximo. A fé hoje é usada para servir-se do próximo em beneficio pessoal. Por esta razão o texto do profeta Malaquias é tão apropriado para os nossos dias. Ele faz alusão à vinda do Messias e pergunta: Quem poderá agüentar o dia em que ele vier? Ele será como o fogo, para purificar; será como o sabão, para lavar. O profeta diz ainda que ele se assentará para purificar os religiosos como quem purifica e refina a prata e o ouro no fogo. Somente assim eles poderão oferecer um culto como Deus exige (Ml 3.1-4).

Precisamos que o Messias venha. Não mais como um menino na manjedoura, mas como juiz e rei. Precisamos que o Messias venha para separar as ovelhas dos bodes. Precisamos que o Messias venha para purificar sua igreja com fogo e lavar os membros com sabão. Mas enquanto o Messias não chega, a igreja, o remanescente fiel, precisa manifestar a sua indignação com o que estão fazendo com a fé. A igreja precisa proclamar o juízo como fez Malaquias, e anunciar que se não houver arrependimento todos perecerão. A Igreja precisa dizer um não bem firme à banalização da fé. Somente assim a oração e o culto estarão a serviço de Deus e do próximo.
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz