MEUS PARCEIROS

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O CRISTÃO E OS BENS MATERIAIS

“(...) a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.15c)

Passando por alguns canais de tevê, deparei-me com um repórter perguntado: “Depois que você passou a frequentar a Igreja B como ficou sua vida?” O entrevistado com um sorriso no rosto responde: “Minha vida agora é uma benção. Eu estava totalmente arruinado. Agora já consegui comprar uma casa, tenho dois carros novos, vários celulares e o mais importante, meu negocio próprio que vai muito bem. Tudo isso eu consegui depois que entrei para a Igreja B. E ainda vou conseguir muito mais bênçãos”.

Não tem como evitar. Quem ouve uma entrevista como esta, fica com a idéia de que benção e bens materiais são sinônimos. E este é exatamente o ensino da chamada teologia da prosperidade. Quem tem fé verdadeira em Deus é um ofertante generoso e, por conseqüência, alguém próspero e que tem todo o conforto.

Para os teólogos da prosperidade vale a advertência de Jesus. “Prestem atenção! Tenham cuidado com todo tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas” (Lc 12.15 NTLH). Vale também o exemplo de Alexandre, o grande. Conta-se que ele chamando um dos seus generais revelou-lhe os seus três últimos desejos. Primeiro que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos. Segundo que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros. Terceiro que suas duas mãos fossem deixadas para fora do caixão, balançando no ar. O general perguntou sobre os motivos para tais pedidos e Alexandre respondeu: “Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles não têm poder de cura perante a morte. Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem. Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos”.

Em outras palavras, Deus disse o mesmo ao rico que queria guardar toda a sua produção e viver a vida regaladamente: “Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?” (Lc 12.20). O desejo de acumular bens matérias é pecaminoso. “Todo aquele que se permite desejar mais do que lhe é necessário, francamente se põe em direta oposição a Deus, visto que todas as luxúrias carnais se lhe opõem diretamente” (João Calvino).
Os bens materiais são importantes, mas não garantem a vida. O que garante é a fé em Jesus como Senhor e Salvador. Quem nele confia saberá dimensionar e administrar corretamente seus bens e jamais os confundirá com bênçãos divinas.

Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

IGREJA CARBONO ZERO

“O resto das árvores da sua floresta será tão pouco, que um menino saberá escrever o número delas” (Is 10.19)

Árvore é sinônimo de vida. Uma árvore, por si só, pode nos trazer muitos benefícios. Desde a sombra aconchegante, até a folha de papel. Mas assim que surgiram notícias sobre o aumento da temperatura do planeta, e como isso poderia influenciar desde as geleiras até a produção de alimentos, a árvore passou a ter outro tipo de valor no mundo. Possivelmente você já ouviu falar em “carbono neutro”, “carbon free”, “seqüestro de carbono” ou “carbono zero”. Mas o que isso quer dizer realmente?

Todos esses conceitos surgiram com a Conferência de Kyoto em 1977. A finalidade era conter e reverter o acúmulo de gás carbônico (CO2) na atmosfera e assim diminuir o chamado efeito estufa. A forma mais comum de absorver o gás carbônico é através das florestas. Uma árvore, na fase de crescimento, necessita de muito carbono para se desenvolver e acaba retirando esse elemento do ar. Esse processo natural ajuda a diminuir sensivelmente a quantidade de CO2 na atmosfera. A sociedade para produzir tudo o que nós consumimos lança uma grande quantidade de carbono no ar. Plantando árvores empresas e ONGs retiraram uma boa quantidade do CO2 que são lançados na atmosfera e, assim, contribuem para frear o avanço do aquecimento global. Por isso todos os projetos dessa natureza recebem o nome de “carbono neutro”, “carbon free”, “seqüestro de carbono” ou “carbono zero”.

A Igreja de Jesus Cristo deveria ter uma atuação destacada nesses projetos. Afinal de contas cremos que Deus criou todas as coisas e colocou o homem como mordomo da natureza, mas por causa do pecado ele se tornou destruidor da Criação. Ao anunciar o juízo de Deus sobre a Assíria, o profeta Isaias insinua que a destruição das florestas desse povo era conseqüência de sua arrogância. Em Cristo a preocupação em cuidar e preservar a natureza é recuperada. Infelizmente, a igreja tem se calado diante das questões ambientais. Mas ainda é possível se envolver. Uma boa maneira é utilizar ferramentas ambientais e calcular quanto de carbono lançamos no ar para realizar nossas atividades religiosas e plantar árvores suficientes para seqüestrá-lo.

Neste domingo pela manhã, para comemorar o Dia da Escola Dominical e o Dia da Árvore fomos ao Parque Arnulpho Fioravanti, para plantar árvores. Auxiliados pleo site do Carbono Neutro, calculamos que nossa congregação lança no ar 2.74tCO2 por ano para realizar suas atividades e que, portanto, teríamos que plantar 14 árvores anualmente. Plantamos, com apoio do IMAN, 15 árvores. Sendo assim, neste ano, podemos nos considerar uma Igreja Carbono Zero.


Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz

sábado, 12 de setembro de 2009

QUEM É JESUS?

“Então, Jesus (...) no caminho, perguntou-lhes: Quem dizem os homens que sou eu?”(Mc 8.27)


Visite qualquer parte do mundo. Fale com pessoas das mais diferentes regiões. Não importa quão comprometidas estejam com a cultura ou religião do seu país. Se elas conhecem alguma coisa sobre a história terão que admitir que Jesus é a personalidade mais singular de todas as épocas. No entanto não é simples responder a pergunta sobre quem é Jesus.

Para os budistas Jesus foi um grande mestre, tendo passado alguns anos de sua vida – dos 13 aos 29 anos – em monastérios budistas no Tibete e na Índia. Para os islamitas Jesus foi um mensageiro de Deus, um profeta menor que Maomé. Para os mórmons Jesus foi um espírito preexistente criado por Deus e irmão de Lúcifer. Para o espiritismo Jesus foi o maior médium, um espírito evoluído e guia para todos os espíritos encarnados e desencarnados. Para as Testemunhas de Jeová Jesus foi um ser criado e que antes de vir ao mundo era o arcanjo Miguel.

Através do Novo Testamento descobrimos que nos evangelhos havia varias afirmações sobre Jesus. Os discípulos ao serem interrogados por Jesus a respeito do que o povo dizia responderam: “Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum outro profeta”. Jesus diminui a amplitude da pergunta: E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? E Pedro respondeu com convicção: Tu és o Cristo!

E você o que pensa? Quem é Jesus? Se você crê na mensagem da Bíblia Sagrada poderá responder com o Credo de Cesaréia: Jesus Cristo é o Verbo de Deus, Deus de toda a criação, por quem foram feitas todas as coisas; o qual foi feito carne para a nossa salvação, tendo vivido entre os homens. Ou com o credo mais conhecido, o Credo Apostólico: Jesus Cristo é o filho unigênito de Deus, nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo e da virgem Maria. Mas creio que a melhor maneira de responder é através de uma vida dedicada a Jesus Cristo e comprometida com os valores do Reino de Deus.

Depois que Pedro respondeu a pergunta sobre quem é Jesus, os discípulos são orientandos a não comentarem com ninguém a resposta. Jesus compartilha com eles que iria sofrer, seria morto e ressuscitaria. Pedro, inconformado o questionou e foi repreendido. Jesus, juntamente com os discípulos, se volta para a multidão e diz: “Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe”.

Ao lhe perguntarem sobre quem é Jesus, responda mostrando como você vive a sua fé.
Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PASTOR FRACO

“Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne” (2Co 10.3)

A revista Veja de 12 de junho de 2006 publicou uma reportagem com a seguinte chamada na capa: “Pastor é show! Com uso da psicologia e auto-ajuda, uma nova geração de pregadores dá espetáculo e reinventa a fé que mais cresce no Brasil”. Segundo a revista, a nova geração de pastores investe menos no sobrenatural e mais em técnicas de autoajuda para multiplicar o rebanho e aumentar sua influência junto à classe média.

Estudos afirmam que muitos pastores sucumbiram às pressões da pós-modernidade e se portam como um gerente de loja, preocupado com a imagem de seu estabelecimento, com técnicas de marketing e em como agradar a freguesia. Vivemos um período de retorno ao antropocentrismo do século XIX. Um dos pastores citados na reportagem da Veja afirma que o rombo no cartão de crédito se resolve com economia e não com oração. Ele pode até ter razão, mas nas entrelinhas o que ele está afirmando é que o homem não precisa de Deus. O ser humano pode resolver seus dilemas sem a intervenção divina. A centralidade do ser humano também é percebida quando pastores se sentem muito mais seguros confiando em si mesmos, em alvos, projetos e planejamentos estratégicos. Estas ferramentas administrativas podem até ser úteis no ministério pastoral, mas não substituem a direção e a graça de Deus. Subliminarmente, há no modelo pastoral atual uma insinuação de que confiar em Deus é sinal de fraqueza.
O apóstolo Paulo era acusado pela comunidade de Corinto de ser um pastor fraco. A crítica não era resultado de sua incapacidade, mas de sua convicção de quem luta é o próprio Deus. As armas utilizadas no pastorado não são humanas, não são do mundo; são armas poderosas em Deus, capazes de destruir fortalezas e anular todo pensamento altivo. Paulo sabia que a Palavra de Deus venceria, independentemente de usar recursos humanos próprios de sua época como a retórica e a lógica sofista.
Como na IPI do Brasil, comemora-se no dia 2 de setembro o “Dia do Pastor e da Pastora”, penso que hoje a igreja deve orar o seguinte: Senhor! Livra nossos pastores da tentação de confiar na força do próprio ser humano e transforma-os em pastores fracos, porque o teu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Amém!
Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz

Dia 2 de setembro – Dia do Pastor e da Pastora, do Missionário e da Missionária

(Ordenação em 1881 do Rev. Eduardo Carlos Pereira)