MEUS PARCEIROS

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A TRINDADE NA ADORAÇÃO

“(...) fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19)

Sempre que vejo na televisão uma propaganda de uma empresa fonográfica fico incomodado porque ela termina com a frase: “Você adora a Som Livre toca”. Sabemos que “Som Livre” é o nome da gravadora ligada às Organizações Globo e que visa apenas o lucro. Ela só decidiu gravar cantores, compositores e músicos cristãos porque percebeu que o mercado da música religiosa era muito rentável. Fico mais incomodado ainda quando ouço alguns afirmarem que a Globo se converteu só porque, programas como os da Xuxa e do Faustão, abriram espaço para cantores e cantoras cristãs. Quem se converteu foi a chamada música gospel que aderiu a lógica do mercado.

Hoje é uma data especial para a Igreja Cristã, como é o Natal, a Páscoa, a Ascensão, o Pentecostes. Hoje é o Domingo da Santíssima Trindade. É uma data muito importante dentro do calendário litúrgico, pois, como afirmou Karl Barth, Trindade é o nome cristão para Deus. Isto quer dizer que quando adoramos a Deus, adoramos a Trindade. Podemos também afirmar que na adoração a Trindade está envolvida. Adoramos a Deus Pai, em nome de Jesus e inspirados pelo Espírito Santo. Mas no movimento gospel  a trindade mercadológica é formada pelo criador da peça musical, o adorador/consumidor em nome de quem a música é produzida e a “Som Livre” que inspira com o toque lucrativo. Pode até parecer meio forçado esse paralelo, mas é inconcebível pensar adoração misturada à ideologia do mercado.

A Trindade é uma das doutrinas centrais da fé cristã e também um grande mistério. Ela é acolhida pelos cristãos que professam a Deus único preconizado em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo . Para compreender a beleza, a grandeza de Deus, seu nome, sua natureza é preciso ouvir o que ele mesmo nos revela e ter coragem de crer guiado pela Palavra de Deus. O Deus trino nos  criou (Pai), nos salvou (Filho) e nos chamou à vida de fé e nos mantém nela (Espírito Santo). Que doutrina confortadora!

O domingo da Trindade tem uma característica peculiar. Ao contrario de outras comemorações cristãs, não apresenta as obras de Deus, mas faz referência ao próprio Deus. Nós devemos adorá-lo pelo que ele é e não pelo que  ele faz. É importante que cada um de nós reflita sobre como estamos adorando a Deus e que lugar ele ocupa em nossa vida. Nesse mundo agitado somos tentados a correr atrás de outros deuses que oferecem soluções fáceis e rápidas. Nessa busca nos distanciamos cada vez mais do Deus verdadeiro. Daí a necessidade de um sincero arrependimento e uma decisão diária de adorar e cultuar o Deus trino e eterno. Para isso precisamos apenas de adoradores batizados em nome da Trindade. Amém!

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

sábado, 11 de junho de 2011

A MANCHETE DO DIA DE PENTECOSTES

“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38)

“Estranhos fenômenos ocorreram hoje pela manhã em nossa cidade. Um som muito forte como se fosse uma ventania, línguas de fogo, pessoas parecendo embriagadas falando em línguas estranhas despertaram a curiosidade dos que estavam nos arredores do templo. Um homem, conhecido como Pedro, deu uma interpretação para os fenômenos dizendo que Deus enviara o Espírito Santo sobre o seu povo”. Talvez fosse essa a tônica das principais manchetes dos jornais se os fenômenos narrados em Atos 2 acontecessem hoje.

Pentecostes era uma das festas judaicas do Antigo Testamento (Ex 2.16). Era uma festa agrária porque o povo se alegrava muito e promovia ações de graças pela colheita. Vinha gente de toda a parte. Judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo junto com eles os pagãos amigos e prosélitos. Assim eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. A festa também era conhecida como a festa das setes semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da Páscoa, no qüinquagésimo dia. Daí surgiu o nome Pentecostes, que significa “qüinquagésimo dia”.

No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinqüenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas. O povo que estava em Jerusalém era proveniente de diversas localidades. Ao ouvirem os cristãos falarem na língua deles sobre as grandezas de Deus ficaram atônitos. Sem explicação para o fenômeno alegaram que os discípulos estavam embriagados. Pedro se levanta e pronuncia um discurso afirmado que aqueles homens não estavam embriagados, mas estavam cheios do poder de Deus. Assim as primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois três mil pessoas se converteram e foram batizadas.

A Igreja nasce oficialmente no Pentecostes, quando o Espírito Santo desce sobre os discípulos. Os acontecimentos posteriores revelam que quando pessoas se deixam motivar pelo Espírito Santo e pregam o Evangelho da Salvação mediante Jesus Cristo, ali há vida, movimento, barulho, ação e a Igreja cresce e se desenvolve. Revelam também outra lição importante. A igreja precisa romper barreiras e se unir para anunciar a Palavra de Deus a todas as pessoas.

Hoje comemoramos mais um dia de Pentecostes. A manchete mais apropriada para estampar a primeira página dos jornais do dia deveria ser: “Cristãos rompem barreiras denominacionais e doutrinárias, se unem para proclamar o Evangelho com palavras e ações em favor dos necessitados e pobres, das cidades, dos bairros, das vilas, becos e favelas. Em todos os lugares homens, mulheres, jovens e crianças cantam alegremente fazendo um grande barulho porque Deus enviou-lhes o Espírito Santo”.

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

sexta-feira, 3 de junho de 2011

JOGUE LIMPO COM O MEIO AMBIENTE

“Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Rm 8.22)

           Poucas discussões no Congresso foram tão acaloradas como o debate a cerca do Código Florestal.  Candido Vaccarezza, líder do governo na Câmara, afirmou: “A presidente Dilma me pediu para dizer que essa proposta é uma vergonha!”. Já o deputado Aldo Rebelo, o relator do projeto do novo Código Florestal, exigiu, esbaforido, que o presidente da Câmara, Marco Maia, interpelasse o líder sobre a afirmação de que Dilma criticou a emenda. O debate, tirando a questão político-ideológica, demonstrou que precisamos jogar limpo com o meio ambiente.

Depois da aprovação do novo Código, o clima, em vez de ficar mais tranquilo, continuou quente. A base governista defendia que a presidente Dilma Rousseff deveria vetar o novo Código Florestal, caso o Senado não faça as devidas correções ao texto. “Não há meio-termo. Se o Senado não corrigir o texto do Aldo Rebelo, o veto de Dilma ao novo Código Florestal tem que ser total. A maioria dos artigos do projeto está interligada, não há como vetar apenas alguns deles de forma isolada”, afirma o deputado federal Dr. Rosinha. Já o deputado federal Eduardo Sciarra comemorou a aprovação do texto. Segundo ele, os produtores rurais estavam sendo ameaçados por uma legislação que deixava na ilegalidade cerca de 90% dos agricultores do país. “Não tem cabimento um País como o nosso, que depende da agropecuária para suas divisas, para a geração de emprego, penalizar seus produtores”, afirmou Sciarra.

Diante de posições tão antagônicas cabe uma pergunta. Quem sai ganhando e quem sai perdendo com o Novo Código Florestal aprovado na Câmara? Segundo vários analistas, a votação do novo Código demonstrou que os grandes grupos ligados ao agronegócio brasileiro ganham. O que eles querem, na verdade, é uma licença para desmatar e avançar sobre novas fronteiras agrícolas, como a Amazônia. Para os analistas não restam dúvidas, que essa nova legislação não apóia em nada o pequeno agricultor e muito menos visa tornar a nossa agricultura mais competitiva. O novo código prevê que lavouras sejam plantadas dentro de áreas de proteção permanente, áreas essas formadas nas margens de rios, lagos e córregos. Diante disso, uma coisa parece certa. Quem sai perdendo é o meio ambiente. Nossos políticos não estão jogando limpo. Por isso é preocupante o futuro de nossa fauna, flora, matas, rios e, sobretudo o futuro das próximas gerações.

A igreja tem que jogar limpo com o meio ambiente. Ela não pode ignorar o debate sobre as questões ambientais. Precisa ser despertada para estimular uma ação ambiental consciente dos cristãos e desenvolver uma educação socioambiental.  Portanto, hoje, Dia Mundial do Meio Ambiente, é apropriado para refletirmos sobre como lidamos com o lixo, como utilizamos a água e como lidamos com a energia elétrica. A reciclagem e o uso adequado da água e da energia são pequenas ações que podem ajudar na formação de uma consciência ambiental capaz de influenciar a vizinhança, o bairro, a cidade.


Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz