MEUS PARCEIROS

sábado, 27 de março de 2010

O TRIUNFO DE JESUS

“Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!”
(Lc 19.38)


“Perdi o que tinha de mais valioso na minha vida. Ela era a minha princesa”, afirmou Alexandre Nardoni, em depoimento como réu, no júri popular no qual responde pelo assassinato da menina Isabella. Alexandre e sua companheira Anna Jatobá negam a autoria do crime. O homicídio e o seu julgamento tomaram conta do noticiário nacional, provocando uma comoção em todo o país. Seria possível um pai considerar a filha a pessoa mais valiosa de sua vida, a sua princesa e participar da execução da mesma? O júri que condenou o casal pelo assassinato da menina Isabella acredita que sim. E na história da humanidade há um caso que demonstra que os seres humanos podem mudar da admiração para o ódio em pouco tempo.

Hoje é Domingo de Ramos. Somos convocados a trazer à memória a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. As pessoas o receberam com honras de rei, espalhando ramos e deitando suas vestes pelo chão. Toda essa festa reflete a expectativa do povo quanto à redenção da nação judaica. O povo sonhava com um salvador da pátria, que derrubaria os poderosos e opressores, instauraria a justiça e a salvação. Assim construíram uma imagem de libertador político para Jesus.

No entanto a expectativa do povo mudou no decorrer daquela semana. Jesus não entra em Jerusalém acompanhado de um exército, mas entra humildemente, sentando em cima de um jumento. Na sexta-feira, o Rei que fora recebido com ramos é preso e julgado. Ao invés de ouvir: “Hosana! Bendito ao que vem em nome do Senhor”, ele ouve o grito da multidão: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. Foi condenado como um criminoso e executado em uma cruz. Aos olhos humanos um retumbante fracasso.

No caso Isabella, a defesa não conseguiu mudar a expectativa do povo em relação à condenação do casal Nardoni. No caso de Jesus, Deus interveio e mudou a expectativa do povo para que o fracasso fosse transformado em êxito. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém é consumada na cruz. O triunfo de Jesus, que custou um alto preço, é agora oferecido gratuitamente a toda humanidade. Os que são alcançados por esta graça têm paz com Deus, garantia do perdão e da vida eterna.

Deus inverte nossos valores e expectativas. Ele não quer ser recebido com festa. Ele quer a nossa vida, o nosso coração, a nossa dedicação. A tradição de se levar ramos a igreja simboliza a nossa rendição ao Rei que nos libertou e a nossa disposição em servi-lo com tudo o que somos e temos. Que assim seja!




Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

sábado, 13 de março de 2010

PREPARADO SEMPRE

Vocês, também, fiquem alertas, porque o Filho do Homem vai chegar quando não estiverem esperando (Lc 12.40)

Terremotos assustadores. Primeiro foi no Hait. Depois no Chile. Houve também outros terremotos de menor intensidade, mas que também causaram danos. Neste mês na Turquia e em Taiwan, aconteceram vários abalos acima dos 5 graus. Terremotos de mais de 7 graus de magnitude na escala Richter, como os que atingiram Haiti e Chile, são ligeiramente maiores que a média, mas segundo os centros de Administração Sismológica ainda estão dentro dos parâmetros normais. Mesmo assim, ficamos assustados, preocupados, pensando sobre o que está acontecendo com o planeta Terra. Não há quem fique indiferente a estas catástrofes.

Diante desses tremores, profetas de plantão anunciam a volta de Cristo para a próxima década, alguns estabeleceram a data de 2012. O pior é que há gente paralisando a vida em função dessas previsões. O foco é se preparar para o encontro com Jesus. A situação é semelhante a do pai que se ausenta da casa e os filhos aproveitam para fazer tudo o que era proibido. Depois, percebendo que o pai está prestes a voltar, arrumam a casa e colocam tudo no lugar.

Portanto, se submetemos nossa vida a Deus e confiamos na suas promessas, não precisamos temer coisa alguma. O Deus em quem cremos e confiamos é o Senhor Todo-Poderoso, que sustenta os céus, a terra e todo o Universo! Se formos prisioneiros da esperança e aguardarmos o estabelecimento definitivo do Reino de Deus, estaremos preparados sempre, pois não sabemos quando o Senhor voltará. Este é o ensino presente na parábola das dez virgens contada por Jesus (MT 25.1-13). Também o mesmo se verifica na exortação do Senhor afirmando que se o dono da casa soubesse a que hora o ladrão viria, não o deixaria arrombar a sua casa (Mt 24.33). E Paulo conclui afirmando que o Dia do Senhor virá como um ladrão, na calada da noite (1Ts 5.2).

Queridos, independente dos sinais que podem ser interpretados como indicadores da proximidade da volta do Senhor, precisamos estar preparados sempre. A melhor maneira é olhar para frente e prosseguir, avançando para as coisas que estão adiante, prosseguindo firme para o alvo da nova vida para a qual Deus nos chamou por meio de Cristo Jesus. Amém!


Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

sexta-feira, 5 de março de 2010

CENTENÁRIO DO DIA 8 DE MARÇO

“(...) nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. (Gl 3.28)

Há 100 anos, a 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, aprovou a criação de um Dia Internacional da Mulher. A data escolhida foi o dia 8 de março, em homenagem a 129 mulheres, funcionárias de uma empresa têxtil norte-americana, que por reivindicarem melhores condições de trabalho e salários, morreram queimadas, depois que os patrões atearam fogo ao prédio onde elas estavam.

Desde então muita coisa mudou. É sensível a ascensão da mulher no mercado de trabalho. Também é possível perceber a mulher ocupando espaço em todas as áreas da atividade humana. Hoje temos mulheres à frente de grandes grupos econômicos, atuado na administração publica como governadoras de estado, desempenhando importante papel de liderança no Congresso Nacional, na magistratura, na indústria, no comércio, na educação e por ai vai. Sem dúvida houve grandes conquista na luta das mulheres por igualdade, autonomia e liberdade.

Mas a luta continua. Infelizmente ainda temos mulheres que exercem um trabalho igual ao do homem, mas percebem um salário menor. Existem mulheres que são espancadas pelos seus companheiros e se calam. Muita ainda são vistas apenas como objeto para a realização desejo dos homens. São muitas as discriminações sofridas pelas mulheres. Por mais que elas demonstrem força e coragem, ainda são vistas como inferiores aos homens.

Na igreja deveria ser diferente. Afinal afirmamos nossa fé em um Deus que não faz acepção de pessoas (Rm 2.11, 1Pd 1.17) e que distribui dons como lhe apraz, a cada um, indistintamente (1Co 12.11). Em nossa denominação temos presbíteras e pastoras. Mas mesmo assim, temos que admitir que o preconceito em relação à mulher não desapareceu. Já ouvi presbítero dizer: “Convidamos para ser nosso pastor o Rev. Fulano de Tal. Sua esposa também fez teologia e é pastora. Assim a gente fica com dois pastores a preço de um”. Essa fala, mesmo dita em tom de brincadeira, revela um grave preconceito quanto à mulher.

Portanto, ao comemorar o centenário do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, precisamos humildemente reconhecer nosso preconceito, se arrepender e pedir perdão a Deus. Precisamos reafirmar nossa fé de que homem e mulher são um em Cristo Jesus. Amém!



Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

SOU O QUE SOU

Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. (1Co 15.10)



Você já reparou que, de uns anos para cá, aumentam no mercado a quantidade de livros de autojuda? Estes livros ensinam que o ser humano pode alcançar tudo o que quiser, a partir de uma visão mental positiva. Basta treinar a mente a pensar, a ver os sonhos sendo realizados. Animado por esta imagem mental, deve-se trabalhar com afinco que tudo acontecerá como imaginado. Alguns destes ensinamentos podem até produzir resultados pessoais. Mas são como flores lindas e perfumadas colocadas no vaso mental. Encantam por um momento, mas com o passar dos dias vão murchando e secando sem produzir os frutos desejados. Ensinos fantasiosos que estimulam a autossuficiência, autorrealização humana, sem levar em conta que o ser humano é limitado aos limites que Deus colocou em cada um.

O patriarca Abraão obedeceu ao chamado e creu na promessa de Deus sobre a terra e sobre a nação que seria construída através da descendência de sua família. Abraão foi o homem que foi por causa da graça de Deus. Pela mesma razão o apostolo Paulo, homem culto e treinado na melhor escola de sua época, afirma, sem nenhum constrangimento, “pela graça de Deus, sou o que sou”. Com esta afirmação ele derruba as pretensões vaidosas de que independente de Deus, o homem pode conseguir e realizar tudo o quiser.

Dentro do calendário cristão nós estamos na quaresma. Um tempo para a reflexão, meditação e arrependimento. Aproveite esse tempo para refletir sobre onde sua confiança é depositada. Se você colocá-la na suficiência de Deus e agir com base nesta afirmação, “sou o que sou pela graça de Deus”, uma nova realidade surgirá em sua vida. O orgulho será destronado, e no seu trono interior assentará a humildade. As boas novas do Evangelho vão desfazer as imagens ilusórias e pretensiosas, e no lugar delas surgirá a alegre esperança de vida abundante em Jesus. Seus sonhos serão edificados na rocha eterna, Jesus, dando-lhe a firmeza e consistência que nenhum “guru” moderno ou bem sucedido escritor conseguiria com a areia movediça e traiçoeira de suas ficções literárias.

Eu e você somos um milagre de Deus. Somos o que somos pela graça de Deus!




Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel luz




QUARESMA E COMPROMISSO

“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz
e siga-me” (Lc 9.23).


O Rev. Ashbel Green Simonton, fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil, partiu de Baltimore nos EUA e chegou ao Rio de Janeiro, no ano de 1859, com 26 anos de idade e solteiro. Simonton fundou o primeiro jornal protestante da América do Sul (1864), criou o primeiro presbitério (1865), ordenou o primeiro pastor brasileiro (1865), fundou o primeiro seminário protestante (1867) e morreu em São Paulo, vitima da febre amarela aos 34 anos. Uma vida breve, mas muito produtiva. A emocionante história de Ashbel Green Simonton é retratada de forma brilhante no livro “Mochila nas Costas e Diário nas Mãos” de Elben M. Lens César. No livro o autor afirma que damos muita importância ao dia da chegada de Simonton ao Brasil – 12 de agosto de 1859. “Talvez devêssemos celebrar mais o ano de 1855, quando Simonton deixou de ser um presbiteriano “certinho” para ser um presbiteriano convertido. Ele não mudou de confissão religiosa; o que mudou foi o seu compromisso pessoal com Jesus Cristo”.


O ano de 1855 foi decisivo para Simonton. Depois de muita reflexão ele desistiu do curso de Direito para pensar seriamente no trabalho missionário. Quatro anos depois, deixa seu país, família, amigos e vem para o Brasil. Tudo em função do seu compromisso com o Reino de Deus. Hoje, muitos são os crentes que mudam de denominação e continuam sem compromisso. A vida se Simonton demonstra que é possível permanecer na mesma denominação e tornar-se um cristão cada vez mais comprometido com Jesus e seu Reino. Precisamos refletir muito sobre o nosso compromisso e nossa disposição de negarmos a nós mesmos, tomarmos nossa cruz e seguir Jesus.

A quaresma é uma boa oportunidade para isso, pois é um tempo de autoexame, de arrependimento, de perdão, de jejum e de oração. Vários documentos do terceiro e quarto século indicam que os cristãos tinham um período de preparação que antecedia a celebração da Páscoa. Era um período de oração, jejum, reflexão e de instrução para aqueles que seriam batizados. Mesmo antes de existir católicos e protestantes a quaresma já era observada. Sendo assim, ela é um patrimônio de todos os cristãos. Cabe a cada um de nós não permitir que a mesma seja exclusividade da igreja romana. Para tanto, devemos usar esse tempo litúrgico pra refletir em nosso compromisso com Jesus e seu Reino.


Portanto, durante esses quarenta dias, vamos acompanhar os passos de Jesus em direção à crucificação e aprender com ele a assumir a cruz do discipulado. Amém!




Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz