“Castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo” (Pv 19.18)
Recentemente o projeto de lei que proíbe qualquer tipo de castigo físico em crianças e adolescentes, foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora segue para a tramitação e aprovação no Senado. O projeto prevê que pais que castigarem os filhos sejam encaminhados a programa oficial de proteção à família e a cursos de orientação, tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de receberem advertência. Prevê ainda uma mudança do novo Código Civil, retirando o dispositivo que não pune pais, responsáveis e educadores pelas palmadas pedagógicas. Esse projeto tramita no Congresso Nacional desde 2003 e é popularmente conhecido como a Lei da Palmadinha. Ele abre a discussão sobre o castigo corporal que se dá à criança como forma de educação e proíbe até mesmo a famosa palmadinha.
A história está recheada de exemplos do uso do castigo corporal como forma de educar. Em Esparta, as crianças eram surradas para que, principalmente os meninos, se tornassem guerreiros fortes e destemidos de dor ou qualquer outro sofrimento. Na cultura hebraica os filhos rebeldes eram castigados fisicamente e se não se corrigissem eram levados aos sacerdotes e apedrejados até a morte (Dt. 21.18-21). Da segunda metade do século XX para cá psicólogos, psiquiatras e educadores se debatem alegando que o castigo físico produz vários males no futuro adulto. Mas não há um consenso entre os profissionais que estudam o comportamento humano. Há o grupo que condena peremptoriamente toda e qualquer correção física e há o grupo que entende que, na dosagem certa, o castigo é produtivo.
Sou contra a palmadinha. De fato ela não leva a nada. Entendo que a educação deve partir de um coração que ama. Pais que amam seus filhos irão educá-los a maneira bíblica e usar o castigo físico como último recurso, e não como o primeiro. Uma coisa é espancar, ter acesso de raiva, ter descontrole emocional, ter ira na hora de educar. Outra coisa é ter o domínio da situação, estar sereno, saber o que está fazendo e com firmeza e ternura educar o filho. E somente usar a “vara da disciplina” quando todos os recursos educacionais já se esgotaram. A Bíblia não faz apologia da violência contra os filhos. Ela apenas orienta a maneira correta de educar. Inclusive quando diz que é para usar a vara ela adverte que não seja a ponto de matar (Pv 19.18). Completa dizendo que aquele que não usa a disciplina física aborrece ao seu filho, mas o pai ou mãe que ama o filho, cedo o disciplina (Pv. 24.13).
O grande problema está na falta de obediência à Palavra de Deus. Filhos que nunca foram corrigidos com amor e com a vara da disciplina, cedo ou tarde serão corrigidos pela dureza da vida. Há um ditado popular que diz: “se o pai não disciplina, o mundo o fará”. É melhor ser corrigido por alguém que ama do que ser corrigido pela frieza do mundo.
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz