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domingo, 28 de abril de 2013

DEUS “IN BOX” E DEUS “OUT BOX”


“Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele.” (Co 2.6)

Domingo passado o professor de teologia e pastor José Américo, em sua mensagem, referiu-se às tentativas humanas de enquadrar a ação de Deus ou de compreendê-lo. Para isso usou expressão Deus “in Box” e Deus “out Box”, isto é Deus na caixa e Deus fora da caixa.  Mas o Deus da Bíblia não cabe em nenhuma caixa e nem tão pouco fora da caixa. Ele estará sempre acima de qualquer concepção humana. O homem só pode conhecer o que Deus revela sobre si mesmo. O que pode ser colocado dentro ou fora da caixa é a igreja, a religião, os rituais. Javé, o Deus da Bíblia não é “in box” e nem “out box”. Ele é o totalmente outro.

No entanto estas afirmações Deus “in Box” e Deus “out Box”, podem auxiliar uma reflexão sobre o relacionamento com Deus. Ouço lideres dizendo que a “religião evangélica no Brasil está virando uma religião de massa”. Afirmam que “o grade desafio da igreja de nossos dias é o desafio ético”. Esse desafio existe por “pressão do mercado religioso” que impõem as igrejas a necessidade de estarem sempre cheias. Para que isso aconteça não se deve falar nas exigências do discipulado cristão e muito menos na ética. Por imposição do mercado as igrejas vivem de modismo em modismo, buscando sempre novidades que possam entreter e segurar os crentes. Outros dizem que a crise da igreja é uma “crise de identidade em razão da ruptura com sua história”, suas raízes e suas tradições. Essa ruptura transforma as comunidades evangélicas em “tabas religiosas com seus caciques” ou em “casas de shows para expressão das fogueiras da vaidade”. Há ainda pastores que dizem não aguentar mais o “papel de baby-sitter de crentes burgueses, sempre ávidos por benção”.

Parece-me que o grande problema é a confusão que muitos crentes fazem entre relacionamento com Cristo e relacionamento com a religião. Cristianismo puro não é religião. É relacionamento com uma pessoa viva - Jesus Cristo. Os que fazem do cristianismo uma religião ficam prisioneiros da teologia, do ritualismo ou da ideologia de mercado. Para escapar é necessário buscar um relacionamento puro e verdadeiro com Jesus Cristo.

Estes domingos de Páscoa são apropriados para refletirmos sobre o que aconteceu depois da ressurreição. Os relatos bíblicos nos dão conta que várias pessoas encontraram com o ressurreto. Essas pessoas nunca mais foram as mesmas. Suas vidas foram transformadas para sempre. Em nosso relacionamento com Cristo também deve acontecer o mesmo. Sobre a igreja, a religião, e os ritos podemos discutir se estão “in box” ou “out box”. Mas o relacionamento com Cristo não se discute, se vive a obediência e a transformação diária na sua imagem e semelhança.

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz