“Ora, como recebestes Cristo
Jesus, o Senhor, assim andai nele.” (Co 2.6)
Domingo passado o professor de teologia e
pastor José Américo, em sua mensagem, referiu-se às tentativas humanas de
enquadrar a ação de Deus ou de compreendê-lo. Para isso usou expressão Deus “in
Box” e Deus “out Box”, isto é Deus na caixa e Deus fora da caixa. Mas o Deus da Bíblia não cabe em nenhuma
caixa e nem tão pouco fora da caixa. Ele estará sempre acima de qualquer
concepção humana. O homem só pode conhecer o que Deus revela sobre si mesmo. O que
pode ser colocado dentro ou fora da caixa é a igreja, a religião, os rituais.
Javé, o Deus da Bíblia não é “in box” e nem “out box”. Ele é o totalmente
outro.
No entanto estas afirmações Deus “in Box” e
Deus “out Box”, podem auxiliar uma reflexão sobre o relacionamento com Deus. Ouço
lideres dizendo que a “religião evangélica no Brasil está virando uma religião
de massa”. Afirmam que “o grade desafio da igreja de nossos dias é o desafio
ético”. Esse desafio existe por “pressão do mercado religioso” que impõem as
igrejas a necessidade de estarem sempre cheias. Para que isso aconteça não se
deve falar nas exigências do discipulado cristão e muito menos na ética. Por
imposição do mercado as igrejas vivem de modismo em modismo, buscando sempre
novidades que possam entreter e segurar os crentes. Outros dizem que a crise da
igreja é uma “crise de identidade em razão da ruptura com sua história”, suas
raízes e suas tradições. Essa ruptura transforma as comunidades evangélicas em
“tabas religiosas com seus caciques” ou em “casas de shows para expressão das
fogueiras da vaidade”. Há ainda pastores que dizem não aguentar mais o “papel
de baby-sitter de crentes burgueses, sempre ávidos por benção”.
Parece-me que o grande problema é a confusão
que muitos crentes fazem entre relacionamento com Cristo e relacionamento com a
religião. Cristianismo puro não é religião. É relacionamento com uma pessoa
viva - Jesus Cristo. Os que fazem do cristianismo uma religião ficam prisioneiros
da teologia, do ritualismo ou da ideologia de mercado. Para escapar é
necessário buscar um relacionamento puro e verdadeiro com Jesus Cristo.
Estes domingos de Páscoa são apropriados para
refletirmos sobre o que aconteceu depois da ressurreição. Os relatos bíblicos
nos dão conta que várias pessoas encontraram com o ressurreto. Essas pessoas
nunca mais foram as mesmas. Suas vidas foram transformadas para sempre. Em
nosso relacionamento com Cristo também deve acontecer o mesmo. Sobre a igreja,
a religião, e os ritos podemos discutir se estão “in box” ou “out box”. Mas o
relacionamento com Cristo não se discute, se vive a obediência e a
transformação diária na sua imagem e semelhança.
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz