“Ele não esta aqui,
mas foi ressuscitado” (Lc 24.6).

Não há como negar.
As instituições, os sistemas religiosos estão ruindo, estão à beira da
falência. Mas também é incontestável que Deus continua vivo. A ciência, com todas
as suas maravilhosas e múltiplas descobertas, faz o mundo bem mais confortável.
Mas o ser humano ainda tem sua fé alimentada pelo inexplicável, pelo mistério.
Rudolf Otto chama esta manifestação de “mysterium tremendum”. Ela é irracional,
não pode ser explicada através de conceitos e palavras. Só pode ser alcançada
pelo sentimento de espiritualidade e de pura devoção meditativa do ser. O homem
ao tentar racionalizar o mistério, rouba-lhe a sacralidade e o encanto.
Estamos na Páscoa, a
data mais antiga e mais importante dentro do calendário litúrgico cristão e que
celebra a ressurreição de Jesus, três dias após sua crucificação. Temos o registro bíblico
de que Maria Madalena vai ao sepulcro e o encontra vazio. Depois Pedro e João
entram no tumulo e só encontram os lençóis de linho e faixa que envolvera o
corpo e a cabeça de Jesus (Jo 20.1-10). Além disso, há o registro das aparições
de Jesus aos seus discípulos, há o testemunho de que ele foi visto por “mais de
quinhentos irmãos de uma só vez” (1Co 15.6). Todos estes registros não são
históricos, mas fazem parte da fé cristã. Estão carregados de mistério, são
sagrados e alimentam a nossa fé. Não devemos ceder à tentação de
explicar, de querer provar historicamente a ressurreição de Jesus. Ela é
inexplicável, um “mysterium tremendum”. E assim deve ser.
Cremos que Cristo está
presente em nossas vidas. Sua presença e
o testemunho do Espírito Santo são suficientes para afirmarmos: Cristo já
ressuscitou! Aleluia!
Rev. Ezequiel Luz