MEUS PARCEIROS

quinta-feira, 26 de março de 2009

O SOFRIMENTO DE CRISTO

“Embora fosse o Filho de Deus, ele aprendeu, por meio dos seus sofrimentos, a ser obediente” (Hb 5.8 NTLH)


Tinha que acontecer justo comigo? O que eu fiz para merecer tanto castigo? Será que Deus se esqueceu de mim? Quem já não fez perguntas como estas diante de situações difíceis? Somos seres humanos. Faz parte de nossa natureza murmurar e questionar a vida, o mundo e até o próprio Deus sobre a razão dos nossos sofrimentos.

Durante o período da quaresma costuma-se refletir sobre o sofrimento e a morte de Jesus Cristo. Como Cristo reagiu ao seu martírio? Será que por ser filho de Deus ele enfrentou o seu sofrimento sem questionamentos? Engana-se que acha que Jesus reagiu com resignação. Hebreus 5.7 relata que Jesus ofereceu, “com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte”. Em sua humanidade Jesus lutou com o Pai em oração a ponto de clamar: “Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice” (Mc 14.36b). Era a dor pelo pecado da humanidade que o fazia sofrer, e mesmo sofrendo intensamente ele foi capaz de dizer: “contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres” (Mc 14.36c). Jesus aprendeu a ser obediente ao Pai por meio dos seus sofrimentos. Por amor a nós ele padeceu, foi humilhado, entregou-se à morte, concluindo a obra redentora em favor de todos os pecadores.

Na experiência do apostolo Paulo e de Barnabé, mesmo em meio a sofrimentos, eles “animavam os cristãos e lhes davam coragem para ficarem firmes na fé. E também ensinavam que era preciso passar por muitos sofrimentos para poder entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Quando paramos para refletir sobre o sofrimento de Cristo em nosso lugar, chegamos à conclusão de que também podemos enfrentar nossas dificuldades com coragem, com fé e esperança. Basta enfrentarmos nossas dificuldades crendo na promessa bíblica de que em Cristo “temos a vitória completa por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37).
Portanto irmãos e irmãs, vamos aproveitar este tempo de quaresma para reconhecer o grande amor de Deus nos sofrimentos de Cristo em nosso favor. Vamos também orar para que se renove em nós a certeza de o Senhor é o socorro bem presente na tribulação. Amém!
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

quinta-feira, 19 de março de 2009

A arte de desresolver, de voltar atrás

Aqui está uma coisa que você precisa aprender: a arte de desresolver. A arte de voltar atrás. Isto se aplica apenas aos casos em que a resolução tomada anteriormente não é a mais sábia nem a mais correta. Neste aspecto, a arte de desresolver não tem nada a ver com a falta de perseverança ou de firmeza. Não se trata de capitulação. Nem de retrocesso. Nem de fraqueza. Quando é para reparar o erro, a arte de desresolver é um ato de sabedoria e coragem.

Veja este exemplo extraordinário: ao saber que Maria estava grávida, sem que tivessem ambos coabitado, José resolveu deixá la secretamente. Porém, ao tomar conhecimento de que a concepção dela era sobrenatural, ele fez exatamente o contrário do que havia resolvido: a recebeu como esposa (Mt 1.18 25).

Há muitas resoluções intempestivas, baseadas em raciocínios falazes, frutos de uma cultura oposta ao caráter de Deus e geradas pela pecaminosidade latente do homem. Elas precisam ser revogadas. É exatamente aí que entra a bendita arte de desresolver. Há votos e promessas feitos impensadamente em momentos de desespero que não atingem o alvo e que não agradam a Deus. Eles devem ser anulados.
A arte de desresolver é um dos mais importantes elementos na conversão de um pecador e na evolução de sua santidade pessoal. A conversão nada mais é do que uma desresolução. O filho pródigo da famosa parábola de Jesus desresolveu continuar na lama do pecado e regressou ao lar paterno (Lc 15.11 32).

Inicie se na arte de desresolver. Lembre se de suas mais recentes ou de suas mais antigas resoluções e, se precisar, volte atrás. Talvez você tenha resolvido nunca mais pôr os pés na igreja, talvez você tenha resolvido abandonar o cônjuge, talvez você tenha resolvido vingar se de alguém, talvez você tenha resolvido entregar se às aventuras da carne, talvez você tenha resolvido brigar com Deus, talvez você tenha resolvido jogar fora toda a herança cristã imposta ou adquirida até agora. Use a arte de desresolver para proteger se do tédio, do vazio, da vaidade, da loucura, da dor, do remorso, do desespero, do suicídio, da morte e da morte eterna.

Elben César

quarta-feira, 18 de março de 2009

RECONCILIAÇÃO EM DOURADOS

Errar todo mundo erra. Difícil é perdoar, pedir perdão, procurar a reconciliação. Quando pessoas cristãs com o relacionamento rompido são constrangidas pelo amor a pedir perdão e a perdoar, a reconciliação acontece e o nome de Deus é glorificado.

Foi o que aconteceu entre a IPI de Dourados e a Congregação Presbiterial Betesda. Desde que foi criada pelo Presbitério Mato Grosso do Sul a Congregação rompeu o relacionamento com a IPI de Dourados. Mas a partir de maio de 2008 os dois lados deram passos em direção a uma aproximação. Em obediência a Palavra de Deus o perdão foi estabelecido tornando possível a reconciliação.

Para concretizar todo esse processo um culto foi agendado. E no dia 15 de março de 2009, a IPI de Dourados e a Congregação Betesda se reuniram no Espaço Esperança para celebrarem o Culto da Reconciliação. Foi um momento muito especial que começou com um prelúdio entoado pelo Grupo Cântaro da Betesda. Depois do convite a adoração, cântico de um hino e uma oração, o coral da IPI de Dourados se apresentou com um belo hino de louvor. Logo em seguida tivemos uma palavra pastoral sobre a aproximação e a reconciliação. O conselho da IPI e a diretoria da Congregação foram chamados à frente para orarem um pelo outro. Este momento foi de muita emoção, de abraços e lágrimas. A seguir o Grupo Cântaro se apresentou, um vídeo sobre a Campanha Nacional de Missões da IPIB foi exibido com levantamento de ofertas. A equipe musical da IPI de Dourados conduziu a igreja a um momento vibrante de louvor. O Rev. Vagner Morais, com base em 2Co 3.18, pregou sobre a transformação que deve acontecer progressivamente na vida do crente. No final o pastor titular da IPI de Dourados, Rev. Edson Augusto Rios, orou e a benção apostólica foi impetrada pelo Rev. Ezequiel Luz da congregação Betesda.

Agora em paz, tanto a igreja quanto a congregação poderão com graça e fidelidade realizar os propósitos que o Senhor da Igreja confiou a cada um. O que nos faz lembrar Atos 9.31: “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número”. Que assim seja para a glória de Deus.
Soli Deo Gloria

Rev. Edson Augusto Rios
Rev. Ezequiel Luz

quinta-feira, 5 de março de 2009

TODO DIA É DIA DA MULHER

“Desse modo não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus.” (Gl 3.28 NTLH).

Conversando com uma irmã sobre o dia da mulher ela afirmou: “Até parece ser grande coisa ter um dia especifico para a mulher. Por que não se estabeleceu um dia do homem? Na verdade a mulher não precisa de uma data pré-estabelecida. Todo o dia é dia da mulher, pois ela está viva e atuante, ela não tem folga”.

Não pude deixar de dar razão a essa irmã. Mas na antiguidade a mulher era vista de forma negativa, em clara situação de inferioridade diante do homem. Entre o povo de Israel, organizado de forma patriarcal, a mulher era excluída de uma participação efetiva tanto da esfera civil quanto da religiosa. Quem, na antiguidade, concedeu voz e dignidade as mulheres foi Jesus Cristo. Ele falou publicamente com mulheres, possuía discípulas e mantinha uma relação de amizade com Marta e Maria. E foi justamente o sexo feminino, desprezado e oprimido pelo homem, que Deus escolheu para anunciar em primeira mão o maior evento do cristianismo, a ressurreição de Jesus. Na idade média as ordens eclesiásticas formadas por mulheres desempenhavam um importante papel dentro da igreja, mas em situação de completa submissão ao clero masculino. Talvez a data seja uma forma de tentar fazer justiça a este ser humano de importância fundamental para a sociedade.

Entre os cristãos sempre houve exagero e interpretação literalista de certos textos paulinos, para justificar a inferioridade da mulher. Mas, Calvino, referindo-se a estas interpretações disse: “E alguma vez vai chegar a hora em que seria melhor que a mulher falasse do que se calasse ”. Uma nota da agenda 2009 da IPI do Brasil, que abre o mês de março afirma: “Calvino enfrentou os problemas de exegese relacionados com textos de Paulo sobre as mulheres. Contestou a interpretação segundo a qual apenas o homem é a imagem de Deus. Defendeu a existência da ordem das diaconisas nos escritos paulinos e exaltou as grandes mulheres do Antigo e do Novo Testamento”. Para o reformador, a restrição paulina para a ordenação de mulheres ao oficialato encontrada em apenas um texto das Escrituras, não deveria ser encarada dogmaticamente, mas como uma convenção cultural de uma determinada época. Sendo assim, em uma época totalmente desfavorável às mulheres, a postura de Calvino é de vanguarda.

Neste dia parabenizamos a todas as mulheres, especialmente as mulheres brasileiras, calvinistas e presbiterianas independentes. Como herdeiros da reforma calvinista, temos o dever de orar para que a mulher não seja reconhecida apenas no dia 8 de março, mas que seu valor seja percebido e reconhecido diariamente. Amém!
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz