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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

BALCÃO DE NEGÓCIOS

“Jesus entrou no pátio do Templo e expulsou todos os que compravam e vendiam naquele lugar. Derrubou as mesas dos que trocavam dinheiro e as cadeiras dos que vendiam pombas” (Mt 21.12).

E o bate-boca no senado continua. Os temas que interessam ao país ficam para depois. O que vale agora é o ataque ao suposto adversário no pleito de 2010. Digo suposto adversário porque tudo muda no cenário político nacional. Bastam algumas negociações, alguns acordos, alguns cargos distribuídos e o que era adversário passa a ser correligionário.

O Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados) não é o grande vilão da política brasileira. A democracia precisa do poder legislativo, bem como do judiciário e do executivo para existir. O problema da administração pública está no grande número de cargos que o executivo tem a disposição. Isso transforma o Congresso Nacional em um grande balcão de negócios. A presidência da república precisa da maioria dos congressistas para fazer seus projetos andarem. Para consegui-la oferece cargos públicos em troca de apoio. Ninguém pretende alterar esse quadro porque o balcão de negócios é interessante tanto para a presidência quanto para o congresso. Enquanto ele existir o debate político nacional continuará exatamente igual ao que temos visto nestes dias.

Por outro lado muitos pregadores e teólogos têm também feito da igreja de Jesus Cristo um balcão de negócios. É deprimente ver os programas e os cultos evangélicos transmitidos pela tevê. Os pregadores usam de todos os argumentos para fazer o fiel comprar a bênção que ele necessita. Se autoproclamam profetas de Deus, e afirmam que aquele que doar determinada quantia não sofrerá as conseqüências da crise financeira mundial, ou que irá receber dez, cem vezes mais o valor da doação. Isso é fazer da Igreja um balcão de negócios.

Três dos quatros evangelhos registram uma reação violenta de Jesus contra aqueles que transformaram o templo em balcão de negócios. Ele expulsou do templo todos os que vendiam e compravam. Hoje, infelizmente, precisamos que se faça a mesma coisa na igreja. Esta faxina só vai acontecer quando líderes se arrependerem de terem transformado a mensagem bíblica em mensagem de autoajuda e suplicarem o perdão de Deus. Assim é possível que, com o auxilio do Espírito Santo, nossos púlpitos voltem a pregar a pura Palavra de Deus. A Igreja do Senhor Jesus precisa ser conhecida como casa de oração, louvor e adoração, como lugar de comunhão e crescimento e não como um balcão de negócios.

Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz

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