“(...) a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.15c)
Passando por alguns canais de tevê, deparei-me com um repórter perguntado: “Depois que você passou a frequentar a Igreja B como ficou sua vida?” O entrevistado com um sorriso no rosto responde: “Minha vida agora é uma benção. Eu estava totalmente arruinado. Agora já consegui comprar uma casa, tenho dois carros novos, vários celulares e o mais importante, meu negocio próprio que vai muito bem. Tudo isso eu consegui depois que entrei para a Igreja B. E ainda vou conseguir muito mais bênçãos”.
Não tem como evitar. Quem ouve uma entrevista como esta, fica com a idéia de que benção e bens materiais são sinônimos. E este é exatamente o ensino da chamada teologia da prosperidade. Quem tem fé verdadeira em Deus é um ofertante generoso e, por conseqüência, alguém próspero e que tem todo o conforto.
Para os teólogos da prosperidade vale a advertência de Jesus. “Prestem atenção! Tenham cuidado com todo tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas” (Lc 12.15 NTLH). Vale também o exemplo de Alexandre, o grande. Conta-se que ele chamando um dos seus generais revelou-lhe os seus três últimos desejos. Primeiro que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos. Segundo que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros. Terceiro que suas duas mãos fossem deixadas para fora do caixão, balançando no ar. O general perguntou sobre os motivos para tais pedidos e Alexandre respondeu: “Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles não têm poder de cura perante a morte. Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem. Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos”.
Em outras palavras, Deus disse o mesmo ao rico que queria guardar toda a sua produção e viver a vida regaladamente: “Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?” (Lc 12.20). O desejo de acumular bens matérias é pecaminoso. “Todo aquele que se permite desejar mais do que lhe é necessário, francamente se põe em direta oposição a Deus, visto que todas as luxúrias carnais se lhe opõem diretamente” (João Calvino).
Os bens materiais são importantes, mas não garantem a vida. O que garante é a fé em Jesus como Senhor e Salvador. Quem nele confia saberá dimensionar e administrar corretamente seus bens e jamais os confundirá com bênçãos divinas.
Os bens materiais são importantes, mas não garantem a vida. O que garante é a fé em Jesus como Senhor e Salvador. Quem nele confia saberá dimensionar e administrar corretamente seus bens e jamais os confundirá com bênçãos divinas.
Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz
Rev. Ezequiel Luz