MEUS PARCEIROS

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

LUTERO E AS 95 TESES

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé (...)” (Ef 2.8).

Para alguns, Lutero foi um aventureiro que destruiu a unidade da igreja, uma besta selvagem, um monge renegado determinado a acabar com os fundamentos da vida monástica. Para outros, ele é o grande herói que liderou a pregação do evangelho puro de Jesus e da Bíblia, o reformador de uma igreja corrupta.

 Poucas pessoas na história do cristianismo têm sido discutidas tão acaloradamente como Martinho Lutero. Isto porque em 31 de outubro de 1517, ele que era um desconhecido monge agostiniano, fixou na porta da Catedral de Wittemberg, na Alemanha, um texto com 95 teses a respeito das indulgências. O impacto do seu ato foi tal, que a data é apontada como o início da Reforma Protestante do século XVI.

O pastor, professor de história e redator, Rev. Gerson Correia de Lacerda, publicou em O ESTANDARTE de outubro, um texto com alguns comentários sobre as 95 teses que nos ajudam a ter uma compreensão equilibrada desse fato histórico. Primeiro, afirma Lacerda, Lutero não pretendia iniciar nenhum movimento revolucionário dentro da igreja. Ele era professor de Bíblia na universidade de Wittemberg e fez o que era corriqueiro na época. Quando alguém queria discutir algum assunto, convidava a comunidade em geral para um debate. No texto de introdução há um claro convite ao debate sobre a virtude das indulgências. Lutero não tinha a menor intenção de iniciar um movimento de reforma na igreja. Diz ainda o professor, que não houve debate porque ninguém compareceu. Talvez porque a maioria fosse iletrada e o texto era em latim, língua conhecida somente pelos religiosos com formação acadêmica. Sendo assim a maioria do povo nem tomou conhecimento das 95 teses.

Tudo parecia indicar que o gesto de Lutero não teria repercussão alguma. Mas não foi o que aconteceu. Suas ideias se alastraram por toda a Europa e marcou profundamente a cristandade. O gesto de Lutero, afixando suas teses na porta da catedral, mudou o curso da história, desafiou o poder do papado e do império, estabeleceu uma posição contrária à prática e preceitos da religião estabelecida, por serem conflitantes com o conteúdo da Bíblia.

O segredo é que as 95 teses não eram postulados acadêmicos. Ao contrário, “eram teses de fé, de alguém que tinha descoberto a grande verdade que dava paz ao seu coração, a verdade de que nós somos salvos pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo”.

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

domingo, 7 de outubro de 2012

A VEZ DA CARTA DE CRÉDITO


“Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós” (Jz 9.14).

Dever cívico cumprido. Escolhemos os representantes que administrarão pelos quatro anos seguintes a esfera pública mais ligada à vida cotidiana do cidadão: a cidade. Votamos em prefeito e vereador. Depois de eleitos e empossados eles tomarão decisões acerca de temas importantes como iluminação pública, conservação das ruas, coleta de lixo, educação e saúde. Agora vem o show da tecnologia brasileira para eleição. Certamente em poucas horas conheceremos os eleitos.
Nas cidades onde haverá segundo turno o povo terá que repetir o procedimento. Os dois mais voltados sairão imediatamente atrás de apoio dos que não passaram para o segundo turno. Vários segmentos da administração municipal serão usados como moeda de troca. Para as cidades onde não haverá segundo turno, começa agora a vez da carta de crédito. É isso mesmo! Carta de crédito! Um documento emitido por um banco ou consórcio, com uma quantia em dinheiro especificada, que garante um crédito para realizar a compra de um bem móvel ou imóvel. Os partidos da coligação vencedora irão agora apresentar sua carta de crédito eleitoreira para receber os cargos negociados antes da eleição.
O apólogo de Jotão (Jz 9.8-13) conta que as árvores foram ungir para si um rei. Escolheram um espinheiro que não tinha condição de protegê-las e, o que foi pior, trouxe-lhes sofrimento. Mesmo tendo dominado as paixões, analisado as idéias e propostas dos candidatos e votado com consciência corremos o risco de ter espinheiro governando nossa cidade. Com ele uma equipe, não escolhida pelo povo, mas que de posse da carta de crédito eleitoreira compraram seus cargos.
Sabemos que a solução para os males que afligem os habitantes de nossas cidades, não está em novo prefeito, novos vereadores, novas equipes. A Bíblia ensina que o coração do homem é enganoso, e desesperadamente corrupto (Jr 17:9). No entanto, o ensino de Jesus é claro: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não” (Mt 5:37). Em outras palavras Jesus esta dizendo que o cristão precisa tomar uma posição. Não pode cruzar os braços, ser indiferente, alheio ao momento da carta de crédito.
Como cristãos, é parte do nosso dever cívico, orar para que os eleitos tenham discernimento na escolha do secretariado. Depois da posse os cristãos devem ficar atentos e profeticamente denunciar todo pecado, seja do prefeito, dos vereadores ou de grupos políticos e econômicos da base aliada. Com uma postura firme e profética da igreja, mesmo sendo governado por um espinheiro, pode-se ter um bom governo municipal.
Que Deus nos dê coragem e nos abençoe!


Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz