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domingo, 7 de outubro de 2012

A VEZ DA CARTA DE CRÉDITO


“Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós” (Jz 9.14).

Dever cívico cumprido. Escolhemos os representantes que administrarão pelos quatro anos seguintes a esfera pública mais ligada à vida cotidiana do cidadão: a cidade. Votamos em prefeito e vereador. Depois de eleitos e empossados eles tomarão decisões acerca de temas importantes como iluminação pública, conservação das ruas, coleta de lixo, educação e saúde. Agora vem o show da tecnologia brasileira para eleição. Certamente em poucas horas conheceremos os eleitos.
Nas cidades onde haverá segundo turno o povo terá que repetir o procedimento. Os dois mais voltados sairão imediatamente atrás de apoio dos que não passaram para o segundo turno. Vários segmentos da administração municipal serão usados como moeda de troca. Para as cidades onde não haverá segundo turno, começa agora a vez da carta de crédito. É isso mesmo! Carta de crédito! Um documento emitido por um banco ou consórcio, com uma quantia em dinheiro especificada, que garante um crédito para realizar a compra de um bem móvel ou imóvel. Os partidos da coligação vencedora irão agora apresentar sua carta de crédito eleitoreira para receber os cargos negociados antes da eleição.
O apólogo de Jotão (Jz 9.8-13) conta que as árvores foram ungir para si um rei. Escolheram um espinheiro que não tinha condição de protegê-las e, o que foi pior, trouxe-lhes sofrimento. Mesmo tendo dominado as paixões, analisado as idéias e propostas dos candidatos e votado com consciência corremos o risco de ter espinheiro governando nossa cidade. Com ele uma equipe, não escolhida pelo povo, mas que de posse da carta de crédito eleitoreira compraram seus cargos.
Sabemos que a solução para os males que afligem os habitantes de nossas cidades, não está em novo prefeito, novos vereadores, novas equipes. A Bíblia ensina que o coração do homem é enganoso, e desesperadamente corrupto (Jr 17:9). No entanto, o ensino de Jesus é claro: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não” (Mt 5:37). Em outras palavras Jesus esta dizendo que o cristão precisa tomar uma posição. Não pode cruzar os braços, ser indiferente, alheio ao momento da carta de crédito.
Como cristãos, é parte do nosso dever cívico, orar para que os eleitos tenham discernimento na escolha do secretariado. Depois da posse os cristãos devem ficar atentos e profeticamente denunciar todo pecado, seja do prefeito, dos vereadores ou de grupos políticos e econômicos da base aliada. Com uma postura firme e profética da igreja, mesmo sendo governado por um espinheiro, pode-se ter um bom governo municipal.
Que Deus nos dê coragem e nos abençoe!


Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz

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