“Então, todas as árvores disseram ao
espinheiro: Vem tu e reina sobre nós” (Jz 9.14).
Dever cívico
cumprido. Escolhemos os representantes que administrarão pelos quatro anos
seguintes a esfera pública mais ligada à vida cotidiana do cidadão: a cidade. Votamos
em prefeito e vereador. Depois de eleitos e empossados eles tomarão decisões
acerca de temas importantes como iluminação pública, conservação das ruas,
coleta de lixo, educação e saúde. Agora vem o show da tecnologia brasileira
para eleição. Certamente em poucas horas conheceremos os eleitos.
Nas cidades onde
haverá segundo turno o povo terá que repetir o procedimento. Os dois mais
voltados sairão imediatamente atrás de apoio dos que não passaram para o
segundo turno. Vários segmentos da administração municipal serão usados como
moeda de troca. Para as cidades onde não haverá segundo turno, começa agora a vez
da carta de crédito. É isso mesmo! Carta de crédito! Um documento emitido por
um banco ou consórcio, com uma quantia em dinheiro especificada, que garante um
crédito para realizar a compra de um bem móvel ou imóvel. Os partidos da coligação
vencedora irão agora apresentar sua carta de crédito eleitoreira para receber
os cargos negociados antes da eleição.
O apólogo de Jotão
(Jz 9.8-13) conta que as árvores foram ungir para si um rei. Escolheram um
espinheiro que não tinha condição de protegê-las e, o que foi pior, trouxe-lhes
sofrimento. Mesmo tendo dominado as paixões, analisado as idéias e propostas
dos candidatos e votado com consciência corremos o risco de ter espinheiro
governando nossa cidade. Com ele uma equipe, não escolhida pelo povo, mas que de
posse da carta de crédito eleitoreira compraram seus cargos.
Sabemos que a solução
para os males que afligem os habitantes de nossas cidades, não está em novo
prefeito, novos vereadores, novas equipes. A Bíblia ensina que o coração do
homem é enganoso, e desesperadamente corrupto (Jr 17:9). No entanto, o ensino
de Jesus é claro: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não” (Mt 5:37).
Em outras palavras Jesus esta dizendo que o cristão precisa tomar uma posição.
Não pode cruzar os braços, ser indiferente, alheio ao momento da carta de
crédito.
Como cristãos, é
parte do nosso dever cívico, orar para que os eleitos tenham discernimento na
escolha do secretariado. Depois da posse os cristãos devem ficar atentos e
profeticamente denunciar todo pecado, seja do prefeito, dos vereadores ou de
grupos políticos e econômicos da base aliada. Com uma postura firme e profética
da igreja, mesmo sendo governado por um espinheiro, pode-se ter um bom governo
municipal.
Que Deus nos dê
coragem e nos abençoe!
Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz
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