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sábado, 3 de agosto de 2013

OS EVANGÉLICOS E O PAPA FRANCISCO

“As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20).

Uma irmã, presbítera, disse-me que estava encantada com a simplicidade do Papa Francisco. Aos poucos fui percebendo que não somente ela, mas vários evangélicos não se cansam de elogiar o bispo jesuíta de alma franciscana. Durante sua permanência no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Bispo de Roma, com seu jeito simples, seu sorriso aberto e suas mãos estendidas, conquistou o povo brasileiro, e não apenas os católicos, mas também evangélicos.

Possivelmente esse encantamento deve-se a tácita insatisfação dos evangélicos com seus líderes. O Papa é seguidor, arauto e praticante de uma ética rigorosa, da simplicidade e do compromisso com os mais pobres, princípios desenvolvidos por São Francisco de Assis, o santo católico que trocou uma existência de luxo pela renuncia aos bens matérias. No Brasil muitos líderes evangélicos de hoje levam uma vida de ostentação e riquezas.

Outra razão é que mesmo pertencendo a uma igreja milionária – a Igreja Católica Apostólica Romana tem muito dinheiro – o Papa ostenta uma vida simples. Ele mesmo carrega sua pasta de couro, usa sapatos bem gastos. A cruz sobre o peito é a mesma que sempre usou e feita de ferro, contrastando com a de ouro e pedras preciosas que os outros papas usavam nas grandes ocasiões.  O anel do pescador, símbolo do poder papal, que antes era feito de ouro maciço, agora é de prata dourada. Enquanto isso a maioria dos lideres evangélicos fazem questão de ostentar riqueza, poder e glória.

Outro motivo para a popularidade do Papa Francisco é que ele demonstra gostar de gente, de se relacionar com o povo, de dar e receber abraços. Usa gírias e fala de igual para igual com as pessoas. Já os atuais líderes evangélicos preferem a ostentação de títulos eclesiásticos que os separam do restante do povo.

Os evangélicos de hoje precisam urgentemente redescobrir o valor da simplicidade, virtude presente na vida de homens como Agostinho, Lutero e Calvino e de pessoas como Francisco, que mesmo tendo uma fé diferente do protestantismo histórico, comporta-se (pelo menos aparentemente) como homens de Deus deveriam se comportar.

Soli Deo Gloria

Rev. Ezequiel Luz

Um comentário:

Ana Rubia disse...

Excelente gostei!Uma semana cheia de bençãos...
www.atelieranachik.blogspot.com.br