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sábado, 24 de junho de 2023

AMARE HUMANUM EST

“Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”. (1ª Jo 4.8)

 

O filme “Orações para Bobby” é inspirado em uma trágica história real. Ao confidenciar ao irmão mais velho que talvez fosse gay, Bobby, com 16 anos de idade, passa a ser alvo da mãe cristã, devota e conservadora. Ela promove campanhas de orações para tentar curar seu filho. Mas apesar das orações intensas, e das conversas com o filho ela não consegue a cura gay e, ao contrário, leva o filho a uma depressão cada vez mais profunda até que ele tira a própria vida. A perda do filho fez a mãe presbiteriana perceber a situação terrível que havia submetido seu filho e a atitude rancorosa em ralação aos homossexuais. Depois de muitas leituras e estudos ela passa a ser militante dos movimentos em favor dos direitos dos homossexuais, e descobre um Deus que é amor e capacita o ser humano a amar.

A frase em latim que dá título a esta reflexão significa amar é humano e é uma adaptação de um provérbio latino famoso; “errare humanum est, que significa errar é humano. O título estabelece uma relação entre o ser humano e o amor. Nós, humanos, temos inerente a nossa natureza, a capacidade de amar o próximo. Mas ao olhar ao nosso redor e tomar conhecimento de tanto, ódio, violência, rejeição, preconceitos constatamos que o ser humano tem um “defeito”, que os cristãos chamam de pecado. Este “defeito” leva o ser humano ao ódio e a violência. Não amar, o ódio, a violência contra o próximo é pecado. No Brasil, a cada 29 horas uma pessoa LGBTQIA+ é assassinada, motivada pelo ódio e pelo preconceito. Muitos cristãos rejeitam pessoas desse grupo, não acolhem e não permitem a elas o direito de expressarem o amor e a fé em Jesus, essa atitude sim, é pecaminosa.

O mês de junho é tido como o “Mês do Orgulho”. Tudo começou na década de 1960, quando as leis dos EUA oprimiam a população LGBTQIA+, deixando-a excluída dos processos de socialização. Em 28 de junho de 1969 houve uma serie de manifestações que ficou conhecida como a ‘Rebelião de Stonewall”. É o início do movimento moderno pelos direitos humanos da comunidade LGBTQIA+ e, na mesma época, foram criados vários movimentos sociais para acolher e amparar essa população. Assim, o dia 28 de junho ficou estabelecido como o “Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+”.

Portanto, seria apropriado que nós cristãos, aproveitássemos esta data para refletir sobre nossa atitude, levando em conta que Deus é amor e que a falta de amor é pecado. A exemplo da mãe de Bobby percebamos o mal que causamos com nosso preconceito e julgamento aos homossexuais. Estudos recentes revelam claramente que a Bíblia não é heteronormativa e que a homossexualidade não é pecado. Vamos respeitar, acolher, amar e permitir que a comunidade LGBTQIA+ expresse o amor é a fé em Jesus.

Rev. Ezequiel Luz


9 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom texto. Obrigado pelo afeto.

Anônimo disse...

Reflexão importantíssima, parabéns!

Anônimo disse...

Parabéns essa atitude e reflexão sempre espero de você.

Lucimara Maria Barbieri disse...

Perfeito! Ezequiel sempre trazendo pra nossa reflexao temas tão importantes e tão atuais!

Francisco disse...

Muito bom o texto e a reflexão. Quem dera os cristãos e a igreja tenham a mesma visão descrita nesta reflexão do Pastor Ezequiel.
Penso que o amor é o melhor caminho para aprendermos a respeitar as diferenças. Acho que existe um longo caminho a ser trilhado em direção ao respeito e a tolerância as diferenças.

Elisangela disse...

Queria tanto que esse pensamento fosse hegemônico entre os cristãos, há tanta gente sofrendo por conta da homofobia cristã.

Paulo S. Proença disse...

Nós, cristãos, dizemos que Deus é amor. Contudo, só temos ódio contra os diferentes. Diferença não é inferioridade. Diferença não é pecado. Se todos fôssemos iguais, o amor seria dispensável.

Marco Henrique disse...

Reflexão importante e inspirada no verdadeiro amor de Cristo. Acredito que Jesus nos deixou uma mensagem de acolhimento e esperança, não de preconceito e perseguição.

Enio Ribeiro de Oliveira disse...

Muito bom, oportuno o teu artigo! A mensagem é direta e humanista!