Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles. (Lc. 24.15)
Quantas vezes você já entrou em crise por que não dedicou tempo para orar? Isto acontece porque nosso conceito de oração é estático e posicional. Ou seja, só consideramos momento de oração quando entramos no quarto, fechamos a porta e ajoelhamos. Não consideramos a possibilidade de orarmos enquanto estamos em movimento. Orar no ônibus, no avião, no trem, no metrô, no escritório, na oficina, na escola, durante o trabalho doméstico, não vale. Não estou descartando a necessidade de momentos a sós, de isolamento para nos ajoelharmos e derramarmos nossa alma diante de Deus. Mas muitas orações são feitas, sem que percebamos, quando estamos a caminho.
Vejam o caso dos discípulos que voltavam de Jerusalém para a cidade de Emaus. Os dois conversavam sobre os últimos acontecimentos da capital. Estavam envolvidos com a notícia de sexta-feira. Mesmo sem saber quem era o viajante que se juntou a eles no caminho, Cleopas e seu companheiro falavam com Jesus. Foi um momento de oração e de exposição da palavra. Jesus explicou todas as passagens das Escrituras Sagradas que falavam dele, iniciando com os livros de Moisés e os escritos de todos os Profetas. Quando chegou à casa dos discípulos Jesus fez menção de continuar a caminhada, mas os dois insistiram em oração. “Fique conosco porque já é tarde, e a noite vem chegando”. Então Jesus entrou, assentou-se a mesa com os dois, e ao partir o pão os olhos dos discípulos se abriram e, então, perceberam que Jesus estava ali, diante deles.
Este episódio nos oferece uma lição importantíssima. Em nossa caminhada diária, mesmo sem ter consciência da presença de Jesus, nos debatemos com diversas questões. Mas quando, em meio as nossas atividades, oramos pedindo que ele fique conosco, nossos olhos da fé são abertos e tomamos consciência da sua presença em todos os momentos do nosso dia-a-dia. Recordamos que em vários momentos o nosso coração se aquecia porque Jesus estava falando e ensinando através das pessoas e das circunstâncias ao nosso redor. Assim, caminhando e orando e seguindo a Jesus, vamos construindo uma vida de oração.
Que neste terceiro domingo de Páscoa, tomemos consciência de que Jesus, morreu, foi sepultado e ressuscitou. Ele está vivo e caminha com cada um de nós no caminho de Emaus de nossa existência. Amém!
Rev. Ezequiel Luz
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