A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.
(At 9.31)
Conta-se que durante a 2ª grande guerra mundial, um soldado norte-americano encontrou uma gruta. O lugar parecia muito seguro. Resolveu descansar um pouco. Arrumou o saco de dormir, deitou dentro dele, repousou a cabeça na mochila e desfrutando da tranqüilidade da gruta começou a ler um Novo Testamento. De repente aparece um soldado japonês, armado até os dentes. Apontando para ele uma arma, pergunta em inglês cheio de sotaque:
- Você ser crente? Gostar de ler Bíblia?
- Sim, eu sou, respondeu o soldado americano achando que seria morto.
- Eu também, ser crente, gostar de ler Bíblia, disse o japonês.
Os dois ficaram um bom tempo conversando sobre a vida cristã. O soldado japonês foi embora deixando o americano na gruta. O ponto comum entre os dois soldados era a cruz de Jesus Cristo e sua Palavra. A comunhão foi suficiente para derrubar as barreiras da inimizade. Eram inimigos como soldados, mas irmãos em Cristo.
A palavra comunhão em grego é “koinonia”. Nós a encontramos em nossa Bíblia com vários significados. Em Atos 2.42, Lucas nos diz como os cristãos viviam. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Comunhão neste verso significa convivência. Isto é, disposição para viver juntos, de fazer parte de uma comunidade, de uma família, de participar das alegrias, tristezas, vitórias e derrotas.
Neste sentido a comunhão é a chave para entender o relacionamento vivido pelas comunidades da Judéia, Galiléia e Samaria. Historicamente estes grupos não se davam. Viviam conflitos intermináveis. Mas a Igreja nessas regiões tinha paz. Estavam separados geográfica e culturalmente, mas unidos por meio da cruz de Cristo. Judeus, galileus e samaritanos eram irmãos. A comunhão fraterna vivenciada pelos cristãos proporcionava um ambiente favorável ao crescimento espiritual e numérico.
Para viver uma comunhão assim é necessário passar pela cruz de Cristo. Através da cruz Jesus torna-se Senhor e Salvador. É na cruz que nasce o desejo de viver fraternalmente, de estar junto, de conviver com os que crêem. Também na cruz brota o interesse em trazer para a comunhão fraterna em Cristo aqueles que ainda não crêem.
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz
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