Estamos em pleno Advento. As cidades se enfeitam. O comércio se prepara para as vendas. As casas se abastecem para as ceias. As igrejas se iluminam para o culto de Natal. Tudo isto emoldura esta época do ano, mas precisamos também olhar atentamente para João Batista. Não é possível passar pelo Advento sem refletir sobre este personagem e sua mensagem.
João Batista é uma figura exótica e desafiadora. Seu nascimento foi predito de forma espetacular. O pai é o sacerdote Zacarias. Durante o exercício do seu ministério no templo, um anjo revela que sua mulher Isabel dará a luz um filho cujo nome será João. Já adulto, vive no deserto trajando uma roupa feita de pêlos de camelo e um cinto de couro. A alimentação era de gafanhotos e mel do mato. Andava pelo deserto pregando a urgência do arrependimento. Ele era a voz que clamava do deserto. Profecias indicavam ser ele o precursor do Messias, o mensageiro que prepararia o caminho para a chegada de Jesus.
Duas coisas me chamam a atenção quando penso em João Batista. Primeiro é sua pregação incisiva, direta, sem rodeios. Ele não se preocupava em agradar seus ouvintes. Sua mensagem era uma convocação para uma mudança radical nas atitudes e comportamentos. Aponta para a necessidade de arrependimento para a remissão dos pecados. Somente assim seria possível andar com Deus. Segundo é sua coragem. Desprendeu-se de tudo que pudesse significar segurança e conforto. Correu o risco para servir com fidelidade o seu Deus. Terminou seu ministério sendo preso, condenado e decapitado.
Hoje a igreja tem dificuldade com pregadores como João Batista. Prefere os mensageiros de bênção, libertação, prosperidade sem a necessidade de arrependimento e mudança de vida. A Igreja também admira pessoas corajosas e humildes como João Batista. Mas tem dificuldade em seguir os seus passos, em imitar o seu exemplo. O testemunho da Igreja de hoje é acanhado para não dizer covarde.
Portanto, hoje, segundo domingo de Advento temos a oportunidade de confessar nossas falhas e pecados e pedir perdão a Deus. Os frutos do nosso arrependimento serão percebidos na relação fraterna com o nosso próximo. Também serão percebidos no testemunho corajoso da Igreja quando esta for fiel a mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Agindo assim a Igreja estará preparando o caminho para a volta do Messias. Amém!
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz
Rev. Ezequiel Luz
Um comentário:
Pastor Ezequiel,
assim como João Batista, que não fazia rodeios, sua palavra também foi incisiva. Afinal, que evangelho estamos vivendo? Ou, que evangelho estamos proclamando?
Que Deus nos dê sabedoria e discernimento e a mesma coragem do nosso irmão João... O Batista, é claro!
Valeu!Um abraço,
Joseli
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