“Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1Co 1.10).
O discurso de posse do presidente Barack Obama durou 18 minutos e 10 segundos. Ele foi prático, ousado, transmitiu realismo e também esperança. Entre outras coisas ele afirmou: “Sabemos que nossa herança multicultural é uma força, não uma fraqueza”. Esta frase é sintomática, pois revela o desejo do novo presidente de unir os americanos, divididos por questões raciais, culturais, sócio-econômicas, ideológicas e políticas. As diferenças são as marcas de força de um povo que caminham juntos. A unidade, apesar das diferenças, demonstra que a pessoa humana é o foco e que está acima da cor da pele, da ideologia, da religião ou da política.
Sabemos que as divisões entre seres humanos sempre foram problemáticas em qualquer agrupamento social. A igreja não é imune a esse mal e também enfrenta a tendência de separar as pessoas rotulando-as. Em Corinto, a igreja se dividia em grupos que se consideravam de Paulo, outros de Apolo, outros de Pedro e ainda outros de Jesus Cristo. Essas divisões dentro da igreja provocavam, para tristeza do apóstolo Paulo, um grande estrago, pois manchavam o testemunho da comunidade na sociedade.
Em nossos dias as divisões da igreja são nítidas e muitas delas absurdas. As motivações para sair de uma determinada comunidade e formar outra, na maioria dos casos, são insignificantes. As divisões são conseqüências do pecado que habita o ser humano (1Co 3.1-4 e Gl 5.20). Alguns, por possuírem algumas diferenças, se julgam superiores. Com base em característica comum se agrupam. Assim dentro de uma mesma denominação encontramos os tradicionais, os avivados, os reformados, os carismáticos, os liberais, os pentecostais, os modernistas e outros. Por esta razão a mensagem de Paulo é contundente, atualíssima e não deixa nenhuma dúvida. Na presença de Cristo, o Salvador, não há divisões ou facções.
Quando sinceramente olhamos para cruz e entendemos que Cristo morreu por todos nós, pagando todos os nossos e pecados e salvando-nos, percebemos que todos são iguais, não importando a posição social, doutrinária, ideológica, cor ou raça. Diante da cruz de Cristo fica evidente que não há sentido nas divisões e facções. Portanto caro leitor e cara leitora, em Cristo somos plenamente unidos num só pensamento e numa só intenção: a salvação do homem todo. As nossas diferenças são a nossa força. Por meio delas podemos testemunhar a grandiosidade da graça e do amor de Deus pelo ser humano. Apenas precisamos de coragem para destruir os muros que nos separam e construir pontes para a realização da Missão de Deus no mundo. Que assim seja!
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz
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