Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. (1ª João 1.7)
Certa feita, o muro da escola onde cursei o ensino médio apareceu pichado com a seguinte frase: “Jesus é a resposta”. Alguns dias depois alguém muito espirituoso pichou embaixo: “e qual é a pergunta”? Possivelmente esse seja o drama do meio evangélico. Dar respostas a perguntas que não foram feitas. Evitamos o vexame se ouvirmos com humildade os questionamentos do ser humano. Temos que perguntar pelo principal problema enfrentado pela sociedade pluralista e consumista em que vivemos. Obteremos uma resposta se primeiro, tivermos paciência para observar as ações, descobrir os interesses, os sonhos das pessoas ao nosso redor e segundo, se fizermos uma leitura critica dos acontecimentos locais e internacionais, das propagandas, dos programas de TV e, também, das mensagens religiosas dos nossos dias.
Nos últimos anos tenho me empenhado nesse exercício de observação e leitura critica. Quanto mais me exercito nessa tarefa mais convencido fico de que o grande problema que enfrentamos hoje se chama individualismo. Na busca pela realização pessoal, pelas conquistas individuais e profissionais, rompemos com a nossa natureza relacional. Sem nos darmos conta, o sucesso tão almejado é uma tentativa frustrada de dar sentido a nossa existência, de recuperar nossa natureza perdida.
A Bíblia ensina que fomos criados a imagem e semelhança de Deus. A Trindade é essencialmente relacional. O Deus Pai, Filho e Espírito Santo, vivem um eterno e perfeito relacionamento de amor, amizade e entrega. Nesse sentido o individualismo é a imagem e semelhança do pecado original. O homem fez a opção pelo poder e não pelo amor. Por esta razão buscamos nossa identidade na realização profissional e não nos relacionamentos.
O apostolo João ensina que a resposta para esse dilema humano está na confissão. Confessar é andar na luz, é ser transparente. Somos pecadores. E pecado não é apenas um ato praticado contra Deus, mas a realidade mais secreta do ser, as reais motivações das ambições, a deformação do caráter produzida ao longo da existência egocêntrica. Ao nos colocar sob a luz de Deus a nossa natureza é evidenciada. Podemos ter comunhão com nossos iguais e o pecado perdoado. Se não confessamos, escondemo-nos uns dos outros e nos deixamos dominar pelo individualismo.
Portanto, se a pergunta é o que fazer para enfrentar o individualismo a resposta é andar na luz de Jesus. Assim é possível viver em comunhão uns com os ouros e recuperar a nossa identidade relacional.
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz
Rev. Ezequiel Luz