MEUS PARCEIROS

sábado, 27 de junho de 2009

PERGUNTA E RESPOSTA

Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. (1ª João 1.7)

Certa feita, o muro da escola onde cursei o ensino médio apareceu pichado com a seguinte frase: “Jesus é a resposta”. Alguns dias depois alguém muito espirituoso pichou embaixo: “e qual é a pergunta”? Possivelmente esse seja o drama do meio evangélico. Dar respostas a perguntas que não foram feitas. Evitamos o vexame se ouvirmos com humildade os questionamentos do ser humano. Temos que perguntar pelo principal problema enfrentado pela sociedade pluralista e consumista em que vivemos. Obteremos uma resposta se primeiro, tivermos paciência para observar as ações, descobrir os interesses, os sonhos das pessoas ao nosso redor e segundo, se fizermos uma leitura critica dos acontecimentos locais e internacionais, das propagandas, dos programas de TV e, também, das mensagens religiosas dos nossos dias.

Nos últimos anos tenho me empenhado nesse exercício de observação e leitura critica. Quanto mais me exercito nessa tarefa mais convencido fico de que o grande problema que enfrentamos hoje se chama individualismo. Na busca pela realização pessoal, pelas conquistas individuais e profissionais, rompemos com a nossa natureza relacional. Sem nos darmos conta, o sucesso tão almejado é uma tentativa frustrada de dar sentido a nossa existência, de recuperar nossa natureza perdida.

A Bíblia ensina que fomos criados a imagem e semelhança de Deus. A Trindade é essencialmente relacional. O Deus Pai, Filho e Espírito Santo, vivem um eterno e perfeito relacionamento de amor, amizade e entrega. Nesse sentido o individualismo é a imagem e semelhança do pecado original. O homem fez a opção pelo poder e não pelo amor. Por esta razão buscamos nossa identidade na realização profissional e não nos relacionamentos.

O apostolo João ensina que a resposta para esse dilema humano está na confissão. Confessar é andar na luz, é ser transparente. Somos pecadores. E pecado não é apenas um ato praticado contra Deus, mas a realidade mais secreta do ser, as reais motivações das ambições, a deformação do caráter produzida ao longo da existência egocêntrica. Ao nos colocar sob a luz de Deus a nossa natureza é evidenciada. Podemos ter comunhão com nossos iguais e o pecado perdoado. Se não confessamos, escondemo-nos uns dos outros e nos deixamos dominar pelo individualismo.

Portanto, se a pergunta é o que fazer para enfrentar o individualismo a resposta é andar na luz de Jesus. Assim é possível viver em comunhão uns com os ouros e recuperar a nossa identidade relacional.


Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A LEI SECA E A GRAÇA BARATA

“E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus” (2Co 6.1).

A “Lei Seca” completou um ano no dia 19 de junho. Ela tornou ilegal dirigir com concentração a partir de dois decigramas de álcool por litro de sangue (um chope). Além de multa de R$ 955, a lei prevê a perda do direito de dirigir e a retenção do veículo. A partir de 6 decigramas por litro (dois chopes), a punição será acrescida de prisão. A pena é de seis meses a três anos e é afiançável.

Mesmo sendo considerada uma das mais rígidas do mundo, a “Lei Seca” brasileira conta com o apoio maciço da sociedade civil. Um ano após entrar em vigor, a lei mostra resultados positivos que confirmam a importância de manter e intensificar a fiscalização de motoristas que dirigem embriagados. A Polícia Rodoviária Federal divulgou que, em um ano, o exame do bafômetro flagrou 14 mil motoristas embriagados ao longo dos 65 mil quilômetros de estradas federais Mas o número revela apenas os motoristas flagrados nas rodovias federais. Há ainda um contingente muito grande de motoristas que desafiam a lei dirigindo sob o efeito do álcool. Por coincidência não se envolveram em nenhum acidente e nem foram pegos pela fiscalização.

Paulo, no texto acima, usa a expressão “não recebais em vão a graça de Deus”. Ele escreve para um grupo que já havia aceitado a mensagem cristã, mas permitiram que outros ensinos entrassem no meio deles. Como isso a manifestação da graça não produzia os resultados esperados. A graça de Deus é gratuita, mas requer uma resposta positiva. O pastor e teólogo luterano Dietrich Bonhoeffer costumava dizer que a graça é de graça, mas não é barata. A graça é preciosa. Deus pagou um alto preço, o sangue de seu filho Jesus. Ele morreu para que nós não mais vivêssemos egoisticamente, mas para servir o outro (2Co5.15). Portanto receber a graça de Deus em vão é baratear a graça. É praticar o perdão sem arrependimento. É admitir a participação na Ceia do Senhor sem a confissão de pecados. Graça em vão é a graça em beneficio próprio, sem discipulado, sem a cruz, sem transformação, sem Jesus Cristo vivo e encarnado.

Amados, muitos não respeitam a chamada “Lei Seca” e colocam em riso a própria vida e de outros. Também muitos cristãos recebem em vão a graça de Deus e vivendo sob uma graça barata colocam em risco o próprio testemunho e o da Igreja de Cristo.



Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

quarta-feira, 17 de junho de 2009

PAZ NECESSÁRIA

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo” (João 14:27)

No dia 4 de junho próximo passado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez no Egito um discurso histórico voltado ao mundo muçulmano, no qual pediu uma era de paz, após anos de "suspeita e discórdia". Falando a um bilhão e meio de mulçumanos ele disse: "Eu vim ao Cairo para buscar um novo início entre os EUA e os muçulmanos pelo mundo. Enquanto nossa relação é definida por nossas diferenças, nós daremos poder àqueles que semeiam o ódio, e não a paz". No discurso o presidente Obama pediu a israelenses e palestinos que retomassem as paralisadas conversas de paz.

Esse pronunciamento faz parte da nova política externa norte-americana iniciada com a eleição de Barack Obama à presidência. Já houve passos importantes de aproximação com Cuba, também o presidente americano renovou sua oferta de diálogo com 0 Irã, com quem Washington rompeu sua relação em 1979. Todas essas atitudes revelam o desejo dos americanos de buscar a paz mundial. Mas eles não estão sozinhos nesta empreitada. Em diversos países acontecem passeatas, fóruns, debates, manifestações, pedindo paz. O mundo todo clama, grita por paz.

No Brasil, diante da violência urbana, muitos são os movimentos que também gritam por paz. Temos movimentos pela paz no campo, pela paz na cidade, pela paz nos estádios de futebol. Pode-se falar ainda de paz nas escolas, paz entre familiares, paz nos lares, paz na igreja.

Mas o que vem a ser essa tão propalada paz? Observe o texto acima. Jesus deixa claro que a paz é dádiva, é presente. “Deixo-vos a paz, a minha paz voz dou”. A paz não é resultado de um belo discurso do presidente da maior potência mundial. Também não e resultado do consenso na reunião da ONU. E muito menos resultado de manifestações, passeatas, movimentos. A paz é resultado do amor, da graça de Deus. Só pode ser recebida pela fé em Cristo Jesus.

Além de ser um presente a paz é inconfundível. “Não vo-la dou como a dá o mundo”. A paz que o mundo oferece é ilusão, fugaz, efêmera, passageira. Mas a paz que Cristo dá é duradoura, eterna, não depende das circunstancias. O mundo está em guerra? A violência assusta? Há muitas intrigas na família? Quem está em Cristo, vive em paz.

Entretanto, aquele que tem a paz verdadeira não é omisso, não cruza os braços ignorando os acontecimentos mundiais. Ele se manifesta contra a guerra, contra toda e qualquer forma de violência. Vai além, orando para que Deus intervenha dando paz ao coração do homem. Paz que a humanidade tanto necessita.


Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O DEUS DA TRINDADE

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2Co 13.13).


Assim como festejamos datas especiais em nossa vida, como aniversários, casamentos, formaturas, também deveríamos festejar as datas especiais da Igreja Cristã. Infelizmente celebramos com muita alegria somente o Natal e a Páscoa, mas não damos ênfase para outros eventos como a Ascensão, o Pentecostes e a Trindade.

Hoje, por exemplo, é um dos domingos mais importante dentro do calendário cristão. É o domingo da Santíssima Trindade. A doutrina da Trindade distingue o cristianismo das demais religiões. Como diz o teólogo Karl Barth, Trindade é o nome cristão para Deus. Ao contrário de outras celebrações, nesta não se apresenta as obras de Deus, mas o próprio Deus.

A Trindade é um mistério. Não encontramos este termo na Bíblia. Entretanto para compreender a beleza de Deus, seu nome, sua natureza, é preciso ouvir o que ele revela sobre si mesmo nas Escrituras. Elas ensinam que “na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade – Deus o Pai, Deus o Filho, e Deus o Espírito Santo” (CFW, II, III). É difícil compreender este ensino, mas em relação à Trindade precisamos mais confiar do que entender.

Certamente você já ouviu inúmeras vezes o pastor encerrar o culto com a bênção apostólica. Esta bênção é a citação, com alguma adaptação, da segunda carta de Paulo aos Coríntios capítulo treze, verso treze. Mencionar o Pai, o Filho e o Espírito Santo era comum nos escritos de Paulo. Mas nesta passagem ele resume com uma só palavra a atividade de cada uma das três pessoas da Trindade a favor dos que crêem. Atividade de Deus o Filho é graça, uma das palavras mais ricas do Novo Testamento. Graça não é recompensa por boas obras, mas é uma dádiva que se recebe sem merecimento algum. Deus o Pai age por meio do amor. Amor que tem a mais alta expressão na Cruz, onde seu único filho é sacrificado para que tivéssemos vida eterna. Na Cruz Deus prova seu amor para com os homens (Rm 5.8). Por fim, Paulo usa a palavra comunhão para resumir a atividade de Deus o Espírito Santo. A presença, em nós e entre nós, gera a comunhão que nos une uns aos outros e nos une a Jesus e a Deus.

Portanto hoje é dia de celebrar com muita alegria o Deus da Trindade, que age em nosso favor através da graça, do amor e da comunhão. Ao nosso Deus Trino a glória e o louvor. Amém



Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz