Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! (Mt 23:27)
O mundo comemorou os 20 anos da queda do Muro de Berlim no inicio do mês. Mas há ainda outros muros que precisam cair. O drama vivido pela estudante Geisy Arruda é prova dessa necessidade. Os pais, migrantes nordestinos e que moram na periferia de Diadema, investiram com muito sacrifício nos estudos da filha. Imaginavam que no ambiente universitário ela estaria cercada de pessoas sensatas e equilibradas. Mas o que viram foi uma humilhação imposta à filha. Os alunos da universidade com urros e berros encurralaram, ameaçaram de estupro e quase lincharam a estudante. O motivo para tanta truculência foi um vestido curto.
Este episódio demonstra que o muro do preconceito ainda é muito forte. Preconceito com o negro, com o índio, com a mulher, mas principalmente com o pobre. Provavelmente se Geisy fosse filha de uma família abastada não seria tratada como foi.
Mostra também que o muro da intolerância continua em pé. Temos o direito de discordar das idéias, do comportamento, da vestimenta do outro, mas não temos o direito de desrespeitar a pessoa humana que pensa, age ou se veste de forma diferente. Somente os intolerantes, acostumados a julgar os outros pela aparência, é que marcam as pessoas e as perseguem.
O episódio revela também o muro da hipocrisia. O próprio Jesus Cristo enfrentou lideres religiosos do seu tempo chamando-os de hipócritas. (Mt 23.27). Há um provérbio antigo que resume com precisão a afirmação de Jesus: “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”. A direção da Unibam chegou a justificar a atitude dos estudantes dizendo que a aluna Geisy usava roupas provocativas e imorais. Mas alunos, professores e diretores, quando em casa, veem pela tevê mulheres e homens com trajes minúsculos rebolando, imagens sensuais nas novelas e pornografia disfarçadas nos reality shows e não saem pelas ruas protestando de forma violenta contra as emissoras de tevê.
Creio que a melhor maneira para derrubar esses muros é viver o que a Bíblia ensina. Ela nos chama para amar o próximo de forma incondicional. Não apenas aqueles do nosso grupinho, mas a todas as pessoas. Ela também nos chama para perdoar uns aos outros e a sermos misericordiosos. E ainda nos chama a andarmos na luz, isto é, a sermos transparentes, sem máscaras. Só atendendo a esses chamados os muros do preconceito, da intolerância e da hipocrisia serão derrubados. Amém!
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz
Rev. Ezequiel Luz
Um comentário:
Pastor, o senhor se superou neste comentário. Preciso, enxuto, um verdadeiro soco no estômago do preconceito que infelizmente neste caso aconteceu dentro de um instituição que deveria ser propagadora de conhecimento e contribuir para a diminuição das diferenças. Que profissionais esta instituição "despejará no mercado"?
Abraços e Deus te ilumine cada dia mais.
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