“Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!”
(Lc 19.38)
(Lc 19.38)
“Perdi o que tinha de mais valioso na minha vida. Ela era a minha princesa”, afirmou Alexandre Nardoni, em depoimento como réu, no júri popular no qual responde pelo assassinato da menina Isabella. Alexandre e sua companheira Anna Jatobá negam a autoria do crime. O homicídio e o seu julgamento tomaram conta do noticiário nacional, provocando uma comoção em todo o país. Seria possível um pai considerar a filha a pessoa mais valiosa de sua vida, a sua princesa e participar da execução da mesma? O júri que condenou o casal pelo assassinato da menina Isabella acredita que sim. E na história da humanidade há um caso que demonstra que os seres humanos podem mudar da admiração para o ódio em pouco tempo.
Hoje é Domingo de Ramos. Somos convocados a trazer à memória a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. As pessoas o receberam com honras de rei, espalhando ramos e deitando suas vestes pelo chão. Toda essa festa reflete a expectativa do povo quanto à redenção da nação judaica. O povo sonhava com um salvador da pátria, que derrubaria os poderosos e opressores, instauraria a justiça e a salvação. Assim construíram uma imagem de libertador político para Jesus.
No entanto a expectativa do povo mudou no decorrer daquela semana. Jesus não entra em Jerusalém acompanhado de um exército, mas entra humildemente, sentando em cima de um jumento. Na sexta-feira, o Rei que fora recebido com ramos é preso e julgado. Ao invés de ouvir: “Hosana! Bendito ao que vem em nome do Senhor”, ele ouve o grito da multidão: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. Foi condenado como um criminoso e executado em uma cruz. Aos olhos humanos um retumbante fracasso.
No caso Isabella, a defesa não conseguiu mudar a expectativa do povo em relação à condenação do casal Nardoni. No caso de Jesus, Deus interveio e mudou a expectativa do povo para que o fracasso fosse transformado em êxito. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém é consumada na cruz. O triunfo de Jesus, que custou um alto preço, é agora oferecido gratuitamente a toda humanidade. Os que são alcançados por esta graça têm paz com Deus, garantia do perdão e da vida eterna.
Deus inverte nossos valores e expectativas. Ele não quer ser recebido com festa. Ele quer a nossa vida, o nosso coração, a nossa dedicação. A tradição de se levar ramos a igreja simboliza a nossa rendição ao Rei que nos libertou e a nossa disposição em servi-lo com tudo o que somos e temos. Que assim seja!
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz
Rev. Ezequiel Luz
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