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sexta-feira, 30 de julho de 2010

MAIS UM 31 DE JULHO

Conhecer a história é muito importante porque ajuda a compreender o presente e sonhar com um futuro promissor. Em nosso tempo há pessoas que rompem, deliberadamente ou não, com o passado. Divorciados do antes, muitos se envolvem com visões, idéias e valores que são estranhos às nossas tradições. Por outro lado, há pessoas excessivamente saudosistas e apegadas ao passado. Atitude que engessa, imobiliza e também não contribui para o crescimento de nossa igreja. Sendo assim é necessário o equilíbrio. Conhecer como surgiu a nossa denominação é importante para poderemos ter uma clara compreensão da situação atual, enfrentar as tentações do presente e também para obter uma visão do que podemos ser no futuro.

No ano de 1903, no mês de julho, o Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil se reúne no templo da Alameda dos Bambus, na capital paulista com a presença de 65 membros entre pastores e presbíteros. Depois da eleição e posse da nova diretoria o concílio trata de vários assuntos, entre os quais um documento do Rev. Dr. Kyle propondo a demissão dos ministros e crentes envolvidos com a maçonaria, a criação da Universidade Presbiteriana e a nomeação do Rev. Eduardo Carlos Pereira como diretor da mesma. “O Rev. Eduardo, tomando a palavra, diz que aquela proposta vinha arrancar-lhe do peito as últimas esperanças e cravar um punhal no coração da Igreja Brasileira e protestou contra a pungente ironia que continha a proposta”.

Os debates continuaram, especialmente sobre as questões missionária, educativa e maçônica. Não havendo acordo em torno desses assuntos, o Rev. Eduardo Carlos Pereira pede a palavra para se despedir do Sínodo. “Tendo o chapéu na mão, desceu da tribuna e saiu. Sei ministros e onze presbíteros o acompanharam. Eram cerca de 11 horas da noite, do dia 31 de julho. Houve grande comoção no numeroso auditório que enchia o salão. O Sínodo em pé cantou o hino – Deus vos guarde até nos encontrarmos”. O grupo que deixou o recinto dirigiu-se para o templo da 1ª igreja, na Rua 24 de maio, acompanhado de várias outras pessoas. Ali permaneceram além da meia noite. Oraram, louvaram e confortados pelo Espírito Santo, organizaram a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.

A história registrada em “O Estandarte” de 06 de agosto de 1903 deixa transparecer que o confronto entre os dois lados se deu apenas em termos de idéias. Mas a separação estava decretada. Os que ficaram, com tristeza se despediram dos que saiam cantando um hino. Os que saíram, também com tristeza, mas confortados por Deus, iniciaram a nova igreja com oração, temor e tremor. Atitudes que deve nos inspirar a defender com coragem nossos valores respeitando sempre os que pensam diferente.

Que assim seja!

Soli Deo Gloria

Rev. Ezequiel Luz

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