Muito cedo, na adolescência, conheci o horror que a violência provoca. Quando o Brasil venceu a Itália, na final da Copa do Mundo de 1970, eu, meu irmão e mais um amigo chamado Jurandir saímos para comemorar junto com o povo nas ruas de nossa cidade. Na volta, de madrugada, vínhamos conversando animadamente. Estávamos há uns trezentos metros de nossas casas, quando em uma esquina na rua de cima, alguém gritou: “Ei! Aqui vagabundo nenhum pode andar falando alto”. O Jura, assim ele era tratado, se vangloriando da sua força física respondeu: “Vagabundo é você meu! Vou te dar um cacete pra você aprender a não mexer com quem não conhece”. E partiu para cima do rapaz, não dando ouvidos ao que eu e meu irmão dizíamos: “Jura deixa disso, vamos embora”. De repente, detrás de uma pilha de tijolos, um bando de aproximadamente vinte garotos, atacam o Jura com pauladas, socos e pontapés. Saímos correndo sem olhar para trás! Éramos acompanhados pelo som ofegante de nossa respiração e pelos gritos do Jura. Entramos em casa e fomos logo para o nosso quarto com o sentimento de segurança e proteção. MEUS PARCEIROS
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
BASTA DE VIOLÊNCIA
Muito cedo, na adolescência, conheci o horror que a violência provoca. Quando o Brasil venceu a Itália, na final da Copa do Mundo de 1970, eu, meu irmão e mais um amigo chamado Jurandir saímos para comemorar junto com o povo nas ruas de nossa cidade. Na volta, de madrugada, vínhamos conversando animadamente. Estávamos há uns trezentos metros de nossas casas, quando em uma esquina na rua de cima, alguém gritou: “Ei! Aqui vagabundo nenhum pode andar falando alto”. O Jura, assim ele era tratado, se vangloriando da sua força física respondeu: “Vagabundo é você meu! Vou te dar um cacete pra você aprender a não mexer com quem não conhece”. E partiu para cima do rapaz, não dando ouvidos ao que eu e meu irmão dizíamos: “Jura deixa disso, vamos embora”. De repente, detrás de uma pilha de tijolos, um bando de aproximadamente vinte garotos, atacam o Jura com pauladas, socos e pontapés. Saímos correndo sem olhar para trás! Éramos acompanhados pelo som ofegante de nossa respiração e pelos gritos do Jura. Entramos em casa e fomos logo para o nosso quarto com o sentimento de segurança e proteção. sexta-feira, 6 de agosto de 2010
O PAI E O PARDAL
Terminal rodoviário da Barra Funda, São Paulo. Enquanto aguardava o ônibus para Dourados, resolvi tomar um lanche. Na lanchonete em frente aos guichês de venda de passagens, ocupei uma mesa do lado de fora. Estava terminado o lanche quando um pardal pousou no chão. Uns três metros de onde estava. Fiquei observando. O pardal paulistano é diferente. Suas cores eram bem nítidas, mais limpas. Aqui em Dourados eles possuem um tom mais avermelhado. Culpa, talvez, da cor da nossa terra. Mas o comportamento dele era o mesmo dos nossos. Ele veio saltitando, arisco, olhando para todos os lados. Até que de repente pegou uma casquinha de pão e voou. Momentos depois ele voltou. Peguei um pedacinho da batata chips que estava comendo e atirei no chão. O pardal veio saltitando, arisco, olhando para todos os lados e ... pegou a batata e voou levando-a para os filhotes.
O pardal é a mais familiar das aves, encontrando-se em todos os locais habitados por pessoas. Pode ser uma metrópole como São Paulo ou uma cidade interiorana como Dourados. Aquele pardal, ali na rodoviária paulistana, estava se arriscando para dar o que comer aos seus filhos. O Salmista diz que até o pardal, a mais comum das aves, buscou um lugar para abrigar os filhotes perto do altar do Senhor.
Esse fato me fez pensar sobre a tendência moderna da qualificação. A largada da corrida em busca da qualificação para o mercado de trabalho foi deflagrada. Há inúmeros cursos de treinamentos em diversas áreas. A igreja também não escapa a essa tendência. Temos cursos de treinamentos para o homem, para a mulher para os casais, para os pais, para administrar o dinheiro da casa. Todos com fundamentação bíblica visando qualificar a família cristã.
Mesmo assim, encontro pessoas desapontadas, principalmente os pais. Com toda a qualificação recebida não conseguem êxitos na educação dos filhos. Parece-me que o problema é a confiança na qualificação. O rei Salomão ensina que os homens preparam os cavalos para a batalha, mas quem dá a vitória é Deus (Pv 21.31). Portanto, mesmo sendo qualificados os pais precisam depender de Deus para executar a tarefa de educar filhos. A melhor maneira para viver e ensinar essa dependência é fazer o que o pardal faz. Buscar um lugar perto do altar do Senhor para abrigar os filhos, isto é, encontrar tempo para orar por e com os filhos.
Permita-me fazer-lhe um apelo. Se você é pai, aproveite o dia de hoje, Dia dos Pais, de uma forma diferente. Assuma o compromisso de, todos os dias, proteger seus filhos perto do altar do Senhor.
Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz