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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANO NOVO: ESPERANÇA RENOVADA

“Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar”. (Mt 2.13)


Quantos fatos importantes em 2011! No Brasil, pela primeira vez na história, uma mulher assume a presidência e revela-se em uma liderança firme e bem articulada. Favelas do Rio de Janeiro, antes dominadas por traficantes, são invadidas pela polícia e bandidos são flagrados fugindo a pé. No mundo, floresceu vários protestos, que simbolizaram a insatisfação com o modelo econômico mundial e com regimes de governo autoritários. Ditadores árabes são destronados e o coronel Muammar Kadafi é morto, assim como o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Presenciamos o declínio do império do euro e do poderio econômico dos Estados Unidos. A plebéia Chaterine Middleton (Kate) torna-se princesa ao se casar na abadia de Westminster com o príncipe William de Gales, herdeiro do trono da Inglaterra. Em 2011 descobrimos que já somos 7 bilhões de pessoas habitando a terra.

E agora com o fim de 2011 aparecem as expectativas para o próximo ano. O que se pretende realizar. O que deve ser corrigido, melhorado. Certamente sua mente já está trabalhando estas e outras questões. E dependendo das circunstâncias físicas e emocionais em que você se encontra, sua atitude pode ser otimista ou pessimista em relação ao ano de 2012.

Dizem que, certa feita, Albert Einstein disse: “Prefiro ser otimista e errar, a ser pessimista e acertar”. Certamente o pessimista terá uma porcentagem de acertos maior do que a porcentagem de erros do otimista. O pessimista está sempre em prejuízo. Diante de uma dificuldade, sofre duas vezes. Uma, por antecipação, e outra, após. O pessimista é um derrotado antes de sê-lo. Seus dias são sempre cinzentos. Para ele a vida não tem cor e o sol não tem brilho.

Quando José e Maria, em sonho, foram avisados de que Herodes procurava matar o filho deles, não hesitaram, fugiram. A fuga fora motivada pelo otimismo quanto às promessas de Deus em relação ao menino Jesus. Elas seriam plenamente cumpridas. Deus iria proteger e guardar o menino. O que de fato aconteceu. Jesus morreu no tempo determinado por Deus e não segundo a vontade de Satanás.

Portanto, queremos desafiá-lo a começar o novo ano com otimismo. Não com esse arremedo de otimismo produzido pelos autores de auto-ajuda. E sim com o otimismo que se alimenta da esperança. Esperança que nos faz crer nas promessas divinas e nos leva a viver uma vida plena e exuberante. Esperança que gera a convicção de que o nosso Salvador nos aguarda na eternidade. Esperança que pode ser renovada a cada ano!

Ano Novo. Tempo de renovar a esperança. Portanto nosso desejo e oração é que “o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz na vossa fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo”. (Rm 15.13).

Rev. Ezequiel Luz
Rev. Valdomiro Cardoso Filho

sábado, 24 de dezembro de 2011

A VOLTA DOS ANJOS

“O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (lc 2.10)


“O mundo vive uma nova era dos anjos. Eles desceram dos altares e estão sendo escalados pelas pessoas para atuar ao lado delas nas tarefas mais prosaicas do dia a dia, como no ato de cozinhar, estacionar um carro, achar um objeto perdido ou ir bem numa prova, por exemplo. Assim começa a matéria de capa da Revista ISTOÉ, de 21 de dezembro que trata da redescoberta dos anjos pelo homem moderno. Esse interesse crescente pelos anjos se tornou um filão cobiçado no mercado editorial na área do misticismo e esoterismo.

No entanto, esses anjos cultuados e invocados em nossos dias não têm nada a ver com os relatos bíblicos. Os anjos, segunda a Bíblia, são mensageiros de Deus, espíritos que servem a Deus e ajudam os que vão receber a salvação (1Rs 19.5-7 e Hb 1.14). Ao contrário, os anjos modernos estão mais a serviço do mercado e do lucro do que das pessoas.

O relato bíblico mais bonito sobre o serviço dos anjos conta que na mesma região em que estavam Maria e José hospedados em uma estrebaria, um grupo de pastores cuidava do rebanho durante a noite. O anjo do Senhor apareceu e a luz gloriosa de Deus brilhou por cima dos pastores e eles ficaram com muito medo. Então o anjo disse: “Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa noticia pra vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês – o Messias, o Senhor!” (Lc 2.8-11). O anjo, o mensageiro de Deus, traz a boa noticia do nascimento de Jesus, o rei que iria promover a justiça e paz, há muito tempo anunciado.

Esse relato descreve o mais importante anúncio do nascimento do nascimento de um rei. Importante porque a simplicidade e ausência de pompa do seu nascimento é um golpe na prepotência e orgulho dos poderosos. Também é importante porque revela o grande amor de Deus pela humanidade, que se fez homem, para resgatá-la das trevas e transportá-la para o Reino da Luz. Por esta razão, a alegria do natal deve ser uma mola propulsora a nos impelir em direção ao próximo e nos aproximar do outro mediado pelo amor.

Os editores e seus escritores místicos e esotéricos deturparam o papel dos anjos em função do lucro. Transformaram-no em um quebra-galho dos homens. Mas, é bom que eles e todas as pessoas saibam, que o anjo que anunciou o nascimento de Jesus voltará na companhia de outros, para trazer o juízo de Deus ao mundo (Ap 15.1; 20.1-3).

Natal tem muita poesia, encantamento, emoção. Mas aqueles que foram alcançados pela Graça de Deus, celebram o natal com alegria e ao mesmo tempo manifestam a esperança na volta do Rei e no estabelecimento definitivo do seu reino de amor, paz, justiça e fraternidade.

Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz

sábado, 17 de dezembro de 2011

OLHANDO PARA O CÉU

“Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo” (Mt 2.2)

Na manhã de sexta-feira, dia 16, eu e minha esposa estávamos andando pela Marcelino Pires quando reparamos que várias pessoas estavam olhando para o céu. Não resistimos. Paramos o carro e também olhamos para o céu. O que vimos foi um círculo em torno do sol, um fenômeno chamado de halo solar. Segundo os meteorologistas, ele ocorre quando os raios do sol são refletidos pelos cristais de gelo que estão suspensos no ar. Ele pode ocorrer tanto ao redor do sol, como ao redor da lua cheia.

O halo solar observado em Dourados apareceu por volta de 11h30 e depois sumiu por uns quarenta minutos, mas tornou a reaparecer. O fenômeno chamou a atenção da população. Muitos pararam para olhar para o céu por curiosidade. Mas o homem do campo olha para o céu para tentar descobrir se vai chover ou não. O astrônomo olha para o céu cientificamente com a intenção de estudar a constituição, a posição e os movimentos dos astros. Outros olham para o céu para buscar forças ou agradecer a Deus. “Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste” (João 11.41). Os evangelhos contam que os magos olhando para o céu viram a estrela e guiados por ela chegaram a Belém e encontraram o menino Jesus em uma manjedoura.

Muitos anos antes dos magos, o profeta Isaias se compadecendo do sofrimento do povo, anuncia o nascimento de um menino. O povo que estava em trevas iria desfrutar de uma grande luz como resultado do governo deste menino. O seu nome seria Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Mais tarde a igreja o identifica como o menino Jesus, o Príncipe da Paz (Mt 4.16). João diz no seu evangelho, que Jesus veio como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que vier a crer nele não permaneça nas trevas (João 12:46).

Já estamos no quarto domingo do Advento. Época do ano em que somos envolvidos pelo corre-corre das compras, das confraternizações, das celebrações. Mas esperamos que em meio a este turbilhão você consiga parar e olhar para o céu. Olhando para o céu pense na grandeza de Deus que criou todo o universo. Deus, da sua imensidão, olhou para mim e para você com olhar de amor e de compaixão, e vendo que estávamos em trevas, enviou Jesus seu único filho para nos salvar e nos dar vida eterna.

Muitos anos, séculos já se passaram, mas a mensagem do Natal continua a mesma. Jesus, o Deus feito gente, veio a este mundo, sofreu o nosso castigo para que pudéssemos ter vida, vida com abundância, vida iluminada. Agora, o que precisamos fazer é tirar nossos olhos dos céus e através da fé em Jesus, proclamar a verdadeira mensagem do Natal.

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

FRUTOS DE ARREPENDIMENTO

“Apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados” (Mc 1.4)

Todos que amam a criação de Deus, ambientalistas ou não, ficaram indignados com o vazamento de óleo da plataforma operada pela petroleira americana Chevron, na Bacia de Campos no estado do Rio de Janeiro. Ficaram mais indignados ainda, quando a imprensa divulgou suspeita do governo brasileiro de que a Chevron, sem permissão da ANP, tentava atingir a camada mais profunda do pré-sal. E foi essa tentativa que provocou o vazamento. A segunda maior empresa petrolífera dos EUA foi punida com rigor. Consciente de seus erros a empresa se comportou de maneira passiva. “O presidente da Chevron Brasil Petróleo, George Buck, resumiu-se a pedir desculpas ao povo brasileiro e a dizer que a empresa acatará todas as decisões do governo”. Mesmo assim, ela não demonstra disposição de produzir frutos dignos de arrependimento.

Este segundo domingo de Advento faz uma referência a João Batista. Um judeu, precursor de Jesus que, no inicio do primeiro século da nossa era, pregou intensamente o "batismo de arrependimento para o perdão dos pecados" (Mc 1.4). Batizou muitas pessoas, incluindo Jesus, no Rio Jordão. No entanto as origens do seu batismo são difíceis de traçar. Possui semelhanças e diferenças em relação as obrigações e exigências feitas pelos judeus aos gentios novos convertidos, e possui também, o ritual do banho para purificação de todas as impurezas do passado. Ao exigir a submissão ao batismo, João colocava os judeus no mesmo nível dos gentios. Todos eram impuros e necessitados de arrependimento.

João correu o risco de ser fiel ao chamado divino. Abriu mão de tudo que significava segurança, proteção e conforto. Pregou com coragem e terminou sua trajetória sendo preso e condenado a morte. Admiramos a coragem, a humildade, o desprendimento de pessoas assim. Mas temos que confessar que não conseguimos imitar-lhes os passos. Tudo indica que os cristãos fizeram uma adaptação do batismo de João. O batismo cristão é símbolo do nosso redirecionamento na vida, do nosso arrependimento em relação a nossa velha maneira de viver. Mudamos a rota e damos uma nova partida. Portanto, se não conseguimos testemunhar como João Batista, temos que suplicar a Deus que nos dê um batismo de arrependimento, para nos converter todos os dias.

Nesse segundo domingo de advento temos a oportunidade de confessar nossas faltas e pecados, e pedir o perdão de Deus. Não apenas pedir desculpas, mas produzir frutos de arrependimento. Eles irão se revelar na relação fraterna com as pessoas e também em nosso empenho pela paz, e na luta em favor dos menos favorecidos. E ainda no compromisso de promover o entendimento e a reconciliação onde a desgraça e a injustiça geram sofrimento às pessoas.

Soli Deo Gloria.
Rev. Ezequiel Luz