“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1Co 15.17)
Desde o século XVI, um lençol de linho medindo 1,5 m de largura por 4,5 m de cumprimento está guardado na capela real da Catedral de Turim, na Itália. Segundo alguns cristãos, o tecido cobriu o corpo de Jesus Cristo após sua morte, e foi encontrado no túmulo vazio pelos discípulos. A mortalha, considerada relíquia da cristandade, traz sinais de um homem que teria sofrido severos castigos no corpo e que correspondem ao que Cristo sofreu na crucificação.
O manto de linho, conhecido como Santo Sudário, já foi submetido a vários testes com vistas a provar sua autenticidade ou não. Já houve, no passado, um grupo de pesquisadores americanos que descobriram evidências científicas que creditavam autenticidade ao sudário de Turim. Depois, pesquisadores dos EUA, da Inglaterra e da Suiça tiveram acesso a retalhos do pano e os submeteram ao teste do carbono 14, usado pela ciência para datar fósseis, e descobriram que o sudário fora criado entre 1260 e 1390, sendo, portanto oriundo da Idade Média. Na semana passada, VEJA, publicou uma matéria sobre um historiador de arte inglês, agnóstico, chamado Thomas de Wesselow, que reuniu o mais completo e minucioso trabalho de análise do Santo Sudário em um livro de nome “O Sinal”. O livro, que será lançado no Brasil pela editora Cia das Letras, traz como conclusão a afirmação de que “se não é possível provar que o manto de Turim é a mortalha do corpo de Cristo, também não existem provas conclusivas que não seja”. Agora a palavra final é a de Wesselow, até que surjam novas terias sobre o Santo Sudário.
A matéria de VEJA me fez pensar sobre nossa fé na ressurreição de Jesus Cristo. Para os católicos, o sudário é a prova da ressurreição de Cristo e elemento importante para o trabalho de convencimento e fortalecimento do cristianismo. Muitos colocam sua fé no sudário e o idolatram. Mas para aqueles que creem no testemunho apostólico da ressurreição, como registrado nos evangelhos, tanto faz a ciência provar ou não a autenticidade do manto de Turim. Para estes, a fé está baseada no que a Palavra de Deus diz sobre a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Estamos mais uma vez, celebrando o Domingo de Páscoa na Ressurreição do Senhor. É a celebração mais antiga e a mais importante do calendário litúrgico. Sem a necessidade de um sudário autêntico, na Páscoa celebramos a Cristo morto e ressurreto. Celebramos a vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, do perdão sobe a vingança, da esperança sobre o medo, da paz sobre o desespero. Celebramos a vitória de Cristo, Senhor de tudo e de todos. Celebramos o testemunho dos apóstolos.
Rev. Ezequiel Luz
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