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quinta-feira, 29 de março de 2012

PARA NOSSA VERGONHA

“Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel!”(Jo 12.13)

Depois de “Menos a Luiza que foi pro Canadá”, surge um novo fenômeno na internet.  O trio “Para Nossa Alegria”, formado pela auxiliar de limpeza Marinalva Barbosa e os filhos Jefferson da Silva Barbosa (19) e Suellen Barbosa (17). De um dia para outro passaram de anônimos para celebridades da internet, tudo por conta de um vídeo caseiro que mostra a mãe e os dois filhos cantando e desafinando muito com a música gospel “Galhos Secos” da Banda Catedral.  O vídeo visto por mais de doze milhões de pessoas, provoca riso e gargalhadas. Mas o vídeo deveria ser chamado “Para Nossa Vergonha”. Para vergonha de uma sociedade que valoriza o tosco, o surreal, o que é ruim, de má qualidade, malfeito. Para vergonha de todos que se divertem com o escracho em cima de uma das mais belas músicas do cancioneiro popular evangélico.

Também para nossa vergonha, nas páginas da revista VEJA desta semana, estavam fotos de Edir Macedo e Valdemiro Santiago ilustrando uma matéria com o titulo: “Guerra dos Infernos”. O texto, com um tom jocoso, afirma que os dois líderes evangélicos convocaram o demônio para ajudá-los na batalha pelas almas e generosidade dos fiéis. A guerra se dá no momento em que a Igreja Universal, de Macedo, perde fieis e receitas para a Igreja Mundial, de Valdemiro.  Em função da briga dos líderes surgem denuncias que emporcalham a igreja de Jesus Cristo. Para nossa vergonha o nome evangélico virou sinônimo de exploração e enriquecimento ilícito.

Pois bem, hoje no calendário cristão é o Domingo de Ramos. Somos chamados a pensar na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. O povo humilde o recebe com honras de rei, esparramando roupas e ramos de palmeira pelo caminho. Ele entra humildemente na cidade e o povo grita: “Hosana a Deus! Que Deus abençoe o Rei de Israel”. Essa atitude do povo é a expressão mais clara da contradição entre a expectativa da redenção imaginada pelo homem e a que Deus planejou para salvar a humanidade. Um rei deveria entrar em uma cidade com toda pompa e luxo, acompanhado por carros, cavalos e soldados fortemente armados. Jesus, ao entrar em Jerusalém, contraria esse esquema.

O Domingo de Ramos é uma oportunidade para refletir sobre as nossas contradições. Para nossa vergonha, temos que admitir que os evangélicos de hoje estão mais preocupados com o sucesso do que com as exigências do Reino de Deus. As nossas expectativas quanto ao que é benção não são as que Deus tem preparado para nós.

Neste Domingo de Ramos devemos confessar nossa vergonha e receber a Jesus como Rei. Ele só pode ser recebido e aclamado onde impera o amor, o perdão, a humildade e o arrependimento.


Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz

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