“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.16, 17)
A igreja tem no Pentecostes (At 2) a sua
certidão de nascimento. Mas com o correrdos séculos as doutrinas e práticas
originais foram se modificando e se afastando sensivelmente da Bíblia. Muitas
vozes se levantaram clamando por uma reforma na Igreja. Homens como João Huss,
e tantos outros, foram mortos por defenderem seus ideais de conduta e fé. Dizem
que no cárcere, sentenciado pelo papa para ser queimado vivo, João Huss
disse: "Podem matar o ganso (huss em alemão é ganso), mas daqui a cem
anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar". João Huss morreu
em 1415.
Aproximadamente cem anos depois surge o
cisne, um monge agostiniano chamado Lutero, preocupado com o problema da
salvação. Durante anos seguidos, estuda a Bíblia e descobre na carta de Paulo
aos Romanos, que a salvação é através da fé em Jesus Cristo. Tradicionalmente,
3l de Outubro de 1517 é aceita como a data do nascimento do movimento
reformador. Neste dia Martinho Lutero afixou as noventa e cinco teses nas
portas da Catedral de Wittemberg. Suas ideias se espalharam rapidamente como
fogo em palheiro. Provocaram mudanças profundas na igreja e na cultura
ocidental.
Os estudos sobre as teses de Lutero deram
origem a cinco princípios fundamentais da reforma protestante. São também
conhecidos como “os cinco solas” da reforma. A palavra latina “sola” significa “somente”
em português. Os cinco princípios fundamentais, ou “solas” da Reforma Protestante
são: Sola Scriptura (somente a Escritura); Solus Christus (somente Cristo);
Sola Gratia (somente a graça); Sola Fide (somente a fé) e Soli Deo gloria
(glória somente a Deus).
Parece-me que em nossos dias precisamos
reafirmar os ensinos da Reforma. Ao comemorar mais um 31 de outubro é
imprescindível que louvemos a Deus por este movimento que colocou a Igreja de
volta na sua rota original. Ao mesmo tempo, temos que ter humildade para
admitir que a chamada igreja evangélica de hoje necessita de uma nova reforma. Portanto,
oremos para que ela venha e que Deus nos dê a coragem de assumi-la. Amém!
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel
Luz