“Pois não me
envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo
aquele que crê”(Rm 1.16)
Ângela Kempfer, articulista do Campo Grande
News, conta que indo para o trabalho, ouviu pelo rádio do carro um chamado que
a fez mudar de rota. O locutor convocava os ouvintes para a “unção dos
celulares”, com a promessa de notícias boas para o resto da vida e recompensas
em dinheiro. Então ela se dirigiu para o endereço anunciado e entrou em um templo
evangélico. A justificativa bíblica para os efeitos sobre o celular era o texto
de Mateus 16.19 que diz: O que ligares na terra sido ligado nos céus. O pastor
para convencer os fiéis afirmava: “O celular faz o que? Ligações!” Então desafiava
os ouvintes que queriam receber todas as promessas anunciadas a contribuírem
com o dízimo. Seria isso evangelho?
Como se sabe, a palavra evangelho vem do
grego “euanggelion” que significa
boas novas do Reino de Deus. O termo também se refere à mensagem de salvação
conquistada para um povo caído por meio da vida, morte, ressurreição e ascensão
de Jesus Cristo, o Filho de Deus. O povo que recebe a salvação, a Igreja tem a
obrigação de proclamar a mensagem do evangelho com toda a fidelidade. Um dos
maiores crimes da atual geração cristã é a negligencia para com a mensagem do
evangelho. Os temas essenciais, como a justiça de Deus, a depravação total do
homem, a expiação pelo sangue de Cristo, a natureza da verdadeira conversão, e
outros, desapareceram da maioria dos púlpitos. As igrejas reduziram a mensagem
do evangelho a meras promessas de prosperidade e pior, distorcem o texto
bíblico para legitimar as promessas.
O resultado desse reducionismo é
catastrófico. Primeiro porque endurece ainda mais o coração daqueles, que mesmo
frequentando a igreja, possuem uma falsa sensação de que são cristãos e vivem
em busca de resposta para seus sonhos consumistas. Segundo porque deforma a
igreja. O corpo espiritual de Cristo que deveria ser formado por pessoas regeneradas
é transformado em um ajuntamento de pessoas egoístas, interesseiras, que
professam conhecer a Deus, mas suas obras o negam. Terceiro porque faz do
evangelismo um empreendimento humano e empresarial. E ainda porque promove descrédito
ao nome de Deus.
Portanto é hora da igreja acordar. Não é
admissível ficar inerte quando o glorioso evangelho de Jesus Cristo é
substituído por um falso evangelho. Precisamos recuperar a verdadeira mensagem
do evangelho, poder de Deus, e, proclamá-la clara e audaciosamente a todas as
pessoas.
Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz
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