Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna! (João 6.68)
Mas é comum ouvir da boca de cristãos: “Odeio
política!” “A política é suja!”. Estas e outras expressões são usadas pra
manifestar uma aversão a atividade dos políticos e dos partidos. Aversão essa,
incentivada pela mídia hegemônica, muitas vezes como cortina de fumaça pra
esconder a corrupção da elite burguesa de nosso país. Mas a verdade é que política
está em tudo o que fazemos. O teólogo Jürgen Moltmann afirma que “a igreja tem
na história sempre uma dimensão política. Querendo ou não ela representa um
fator político”[1]. Portanto o cristão,
seguidor de Jesus, está envolvido com política, consciente ou não. “A política
faz parte de todos os elementos centrais da vida, e por isso, não há como
simplesmente “lavar as mãos” e supor que problemas sociais são responsabilidade
alheia”.[2] Nossas
escolhas são políticas e interferem no bem estar coletivo.
No evangelho de João encontramos Jesus em uma ação
política reveladora. Partilhar o pão produz multiplicação suficiente para
saciar a fome de uma multidão. Depois ele se apresenta como o pão da vida que
desceu do céu. O discurso escandaliza e alguns seguidores o abandonam. Então
ele se volta para os doze e pergunta: “Será que vocês também querem ir embora?”
(6.67). Pedro responde: “Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras
que dão vida eterna!” (6.68). Palavras carregam ideias. Podem ser geradoras de
amor, afeto, acolhimento, solidariedade, mas também de ódio, rejeição,
desprezo. A escolha de seguir a Jesus significa acolher a suas palavras, seus
ensinos, suas orientações.
Como cristão fazemos política. Todas as vezes que
enfatizamos a centralidade do amor na mensagem cristã e agimos em benefício da
coletividade estamos fazendo política a favor do Reino de Deus.
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