Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.(Jr 2.13).
A matéria especial da revista ISTOÉ, do dia 25 de agosto deste ano, trás o seguinte titulo: “Nunca fomos tão felizes”. A matéria chama os brasileiros de hoje de geração do bem-estar. Afirma que, tomados pelo sentimento de bem-estar, brasileiros compram mais carros, viajam mais, conseguem a casa própria e realizam sonhos até então inatingíveis. Para os articulistas o acesso a bens de consumo é a principal causa da felicidade dos brasileiros. A matéria é uma declarada apologia da prosperidade que transforma o homem em um mero negócio. As receitas ensinadas pelos gurus da prosperidade focam o esforço humano. Ensinam que o sucesso depende de planejamento, disciplina e determinação. Aqueles que não obtêm o sucesso por meio dessas receitas experimentam um profundo sentimento de frustração e fracasso.
Infelizmente esse pensamento também é defendido por vários pastores e lideres da igreja cristã. Muitos ensinam que a benção de Deus na vida de uma pessoa é sinalizada pela prosperidade. Mas não é bem assim. A Bíblia mostra que na época do profeta Oséias, Israel vivia um período de extrema idolatria, adultério espiritual e apostasia e, no entanto, havia abundância de bens. Mesmo com tamanha prosperidade, Deus se revolta contra o povo chegando a afirmar: “não os amarei mais” (Os 9.15).
A IPI do Brasil comemorou no dia 2 de setembro o Dia do Pastor e da Pastora, do Missionário e da Missionária. A data está ligada a ordenação de Eduardo Carlos Pereira em 1881, líder do grupo que fundou a denominação. Em meio às comemorações é necessário refletir sobre o pastorado atual. Muitos estão abandonando a dependência de Deus e construindo um ministério que visa apenas atender a vontade do povo. Não percebem que os cristãos de hoje não são dominados por um desejo sincero de Deus, seu reino, justiça e palavra, mas sim por sentimentos egoístas que nascem de emoções ainda não transformadas.
Os pastores e lideres da igreja precisam alertar o povo quanto ao perigo da busca por riquezas materiais e não defendê-la como caminho para a felicidade. Esse caminho leva os cristãos a abandonarem a Deus e a cavarem cisternas rotas que não retém as Escrituras. Para evitar esses dois desastres o ministério não pode ser determinado nem pelo conhecimento cientifico da verdade e nem pela experiência religiosa, mas pelo zelo pastoral transformado pelo conhecimento da verdade e pela experiência religiosa.
Abandonar a Deus e confiar no esforço humano são dois desastres estimulados pela teologia da prosperidade. Precisamos de pastores e lideres que evitem e ajudem a evitar esses desastres.
Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz
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