“Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós” (Jz 9.14).
Quem é que faz a história? São os governantes, os líderes ou o povo? Se nós déssemos conta de como nossas atitudes e decisões, somadas as atitudes e decisões dos nossos conterrâneos, podem mudar os rumos da história presente e seus desdobramentos, agiríamos com mais responsabilidade. Temos um exemplo recente que é a Lei da Ficha Limpa. Cada um do povo tomou a decisão de assinar um documento, e a soma de todas as assinaturas exerceu uma forte pressão sobre o Congresso que acabou aprovando a lei. O voto também é uma decisão individual que somada a dos outros concidadãos pode mudar os rumos de um país, estado ou município para pior, ou melhor.
A Polícia Federal desencadeou uma operação em Dourados, MS, denominada Uragano, palavra extraída da língua italiana e cuja tradução é furacão. Como todo furacão, a operação provocou grandes estragos na administração pública da cidade. Levou para cadeia o prefeito, o vice-prefeito, nove vereadores, secretários e empresários. Todos suspeitos de envolvimento em um esquema, chefiado pelo prefeito, de desvio de recursos públicos, fraude em licitações, superfaturamento e outros. Como todo furacão, este também deve deixar algumas lições valiosas.
Os últimos acontecimentos em Dourados revelam como a decisão do voto deve ser tomada com mais responsabilidade. Ari Artuzi experimentou uma ascensão política muito rápida. Inicialmente foi eleito Vereador, e dois anos após se elege Deputado Estadual por uma legenda pequena e com o mínimo de votos. Exerce o mandato desenvolvendo serviços de assistência social, e ajudando o povo em suas carências. É reconduzido ao cargo como o Deputado Estadual mais votado de Dourados. Antes de concluir o segundo mandato é eleito Prefeito da maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul.
A história política de Ari Artuzi revela que o povo votou com o coração e não com a razão. Como ele ajudava a todos que o procuravam adotou na campanha para prefeito o lema: “Ajuda eu” (sic). Portanto estabeleceu-se uma troca ente o povo e o candidato nos seguintes termos: Eu ajudo vocês e vocês me ajudam votando em mim. Quando um candidato oferece algo em troca do voto ele demonstra não ter respeito pelo cidadão. O eleitor ao vender seu voto está autorizando o político a fazer qualquer coisa e, está também, vendendo sua consciência.
A lição que fica desse furacão que atingiu Dourados é que os cidadãos precisam votar com responsabilidade. O voto é muito sério. Não se deve votar motivado por paixões, por amizade, muito menos em troca de algum favor. O furacão nos ensina que devemos votar com consciência e inteligência. Se não aprendermos a lição vamos ter espinheiro governando sobre nós.
Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz
Um comentário:
Valeu velho! Mando bem! Bom texto.Parabéns.
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