“Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus”. (Mc 10.14)
Rafinha Bastos, durante o programa “CQC” transmitido pela “Band”, fez, ao vivo, uma piada de gosto duvidoso envolvendo a cantora Vanessa Camargo e o bebê que ela está esperando. A declaração do humorista gerou uma onda espantosa de reações. Até o Ministério Público declarou que vai investigar a declaração para apurar se houve agressão verbal contra o bebê que ainda está sendo gerado. Se a piada fosse dirigida a uma mulher grávida comum talvez ninguém estivesse preocupado em proteger a criança. Sendo assim, infelizmente, temos no Brasil uma infância, de modo geral, desamparada.
A revista ISTOÉ de 28 de setembro trouxe uma reportagem sobre a violência contra a criança. Segundo a revista, um estudo dos pesquisadores Marco Antônio Couto Marinho e Luciana Andrade, da PUC de Minas Gerais e do Observatório Metrópole, apontam dados alarmantes. Pela primeira vez na história, a faixa etária em que os homicídios mais cresceram no Brasil foi a dos 10 aos 14 anos. Os homicídios são patrocinados, principalmente, por maníacos sexuais, violência policial e ação de narcotraficantes.
A falta de amparo para a infância começa na desestruturação da família. A falta de estrutura, de educação, de civilidade, de amor provoca ausência da identidade familiar. Que por sua vez, enfraquece os membros da família deixando-os vulneráveis ao individualismo. Como cada um se preocupa consigo mesmo, a teia familiar se rompe facilmente e a infância fica totalmente desamparada. Também, com o acesso a tecnologia cada vez mais facilitado, a ausência de uma teia de proteção, permite que as crianças obtenham informações sobre temas que, psicologicamente, não estão preparadas para assimilarem. Como por exemplo, informações obtidas na internet sobre armas, explosivos, assaltos, crimes, drogas e outros.
A igreja tem um papel importante na construção de abrigos seguros para a infância. Deve começar capacitando a família a produzir uma identidade familiar que seja capaz de fazer frente ao individualismo. Deve também motivar a família a controlar o acesso a informações não apropriadas para a infância. Deve ainda, permitir que as crianças cheguem a Jesus e aprendam o evangelho do amor, da amizade, do perdão do companheirismo, do repartir com os mais necessitados.
Ao comemorar mais um Dia da Criança, precisamos pensar em como estamos amparando nossas crianças. Será que, empurrados pelo individualismo e na ânsia de obter sucesso material, não estamos desprotegendo nossos filhos deixando-os a mercê de toda a sorte de violência? Para evitar uma infância desamparada, desafio-o a construir uma identidade familiar forte e a permitir que as crianças encontrem em Jesus a verdadeira motivação para a vida.
Soli Deo Gloria!
Rev. Ezequiel Luz
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