Estamos em pleno
Advento. As cidades se enfeitam. O comércio se prepara para as vendas. As casas
se abastecem para as ceias. As igrejas se iluminam para o culto de Natal. Tudo
isto emoldura esta época do ano, mas precisamos também olhar atentamente para
João Batista. Não é possível passar pelo Advento sem refletir sobre este
personagem e sua mensagem.
João Batista é uma
figura exótica e desafiadora. Seu nascimento e ministério foram anunciados pelos
profetas (Is 40.3-5 e Ml 3.1-4). O pai é o sacerdote Zacarias. Durante o
exercício do seu ministério no templo, um anjo revela que sua mulher Isabel
dará a luz um filho cujo nome será João. Já adulto, vive no deserto trajando
uma roupa feita de pêlos de camelo e um cinto de couro. A alimentação era de
gafanhotos e mel do mato. Andava pelo deserto pregando a urgência do
arrependimento. Ele era a voz que clamava do deserto. Profecias indicavam ser
ele o precursor do Messias, o mensageiro que prepararia o caminho para a
chegada de Jesus.
Duas coisas me
chamam a atenção quando penso em João Batista. Primeiro é sua pregação
incisiva, direta, sem rodeios. Ele não se preocupava em agradar seus ouvintes.
Sua mensagem era uma convocação para uma mudança radical nas atitudes e
comportamentos. Aponta para a necessidade de arrependimento para a remissão dos
pecados. Somente assim seria possível andar com Deus. Segundo é sua coragem.
Desprendeu-se de tudo que pudesse significar segurança e conforto. Correu o
risco para servir com fidelidade o seu Deus. Terminou seu ministério sendo
preso, condenado e decapitado.
Hoje a Igreja tem dificuldade
com pregadores como João Batista. Preferimos os mensageiros de bênção,
libertação, cura e prosperidade sem a necessidade de arrependimento e mudança de vida.
Mesmo admirando pessoas corajosas e humildes como João Batista, falta-nos ousadia
em seguir os seus passos, em imitar o seu exemplo. O testemunho da Igreja de
hoje é acanhado para não dizer covarde. Mas, precisamos ter esperança, pois aquele
que começou boa obra em nós a de completá-la até o Dia de Cristo Jesus (Fp
1.3-6).
Portanto, hoje,
segundo domingo de Advento temos a oportunidade de confessar nossas falhas e
pecados e pedir perdão a Deus. Os frutos do nosso arrependimento serão
percebidos na relação fraterna com o nosso próximo. Também serão percebidos no
testemunho corajoso e profético da Igreja quando esta denunciar os desvios da sociedade
em relação aos princípios e valores do Reino de Deus. Agindo assim a Igreja estará preparando o
caminho para a volta do Messias. Amém!
Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz
2 comentários:
"Precisamos ter esperança, pois aquele que começou boa obra em nós a de completá-la até o Dia de Cristo Jesus (Fp 1.3-6)."...Esperando N'Ele, porque este ano, com advento das eleições,presenciamos muitos "crentes" com atitudes opostas ao evangelho de Cristo. Não me eximo também de falhar, porém, há fatos e acontecimentos que são tão visíveis que é impossível se enganar.
Mas, como o senhor mesmo disse pastor Ezequiel, se confessarmos nossos pecados à Deus e arrependermos, ainda há tempo para Igreja se preparar para o dia do SENHOR! Assim seja!
Obrigado pelo seu comentário. Concordo com você. A igreja precisa ser arrepender do abraço ideológico às correntes políticas contrárias ao Reino de Deus.
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