MEUS PARCEIROS

domingo, 22 de dezembro de 2013

O SINAL DA ESPERANÇA

“Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14)

 
Já estamos no verão. Os sinais de que esta estação do ano chegou são visíveis. Muito sol, agitação no comércio, preparação para as festas de final de no, planejamento das férias. Entre estes sinais está a celebração do Natal. Esta festa cristã é a celebração da esperança, e das formas surpreendentes de Deus se revelar a humanidade. Nosso natal não e uma árvore, ou bolas, um presentes. É o nascimento do menino Deus, trazendo consigo a mensagem de salvação. Ele é o sinal da esperança.

O rei Acaz, de Judá, tinha sido atacado pelos reis da Síria e de Israel que haviam feito um acordo. Acaz estava com muito medo. Isaias, o profeta, foi enviado por Deus para tranquilizar Acaz e o povo dizendo que os seus inimigos não seriam vencedores e que, portanto, eles deveriam confiar na palavra de Deus.

Além disso, Deus usa a voz do profeta e desafia o rei Acaz a pedir-lhe um sinal. Mas Acaz se recusa a pedir um sinal porque não queria por Deus a prova. Mas o profeta Isaias afirma que mesmo assim Deus enviaria um sinal. Uma jovem conceberia e daria a luz um filho, cujo nome seria Emanuel, que quer dizer Deus conosco.

Hoje existem muitas situações que também nos amedrontam e nos inquietam. Há momentos que exigem de nós paciência diante das ameaças, incertezas, sofrimentos e morte. Deus, no entanto nos dá o sinal definitivo de sua promessa que nos tranquiliza: Jesus, o Deus conosco!

Advento é tempo de podermos confiar nesse sinal e de esperar de Deus nossa salvação. Advento é tempo de sabermos que o nosso dia-a-dia tem sentido e nos leva a um futuro certo e definitivo – o Reino de Deus. Jesus é o sinal de que Deus é fiel e não abandonará o seu povo. Jesus é o sinal da nossa esperança.

Desejamos um Feliz Natal a todos.

Soli Deo Gloria
Rev. Ezequiel Luz

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ESPERANÇA E ALEGRIA

“Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; alegria eterna coroará a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido” (Is 35.10).


Nelson Mandela, líder sul-africano, morto aos 95 anos, deixou um legado político de conciliação. Conseguiu derrubar o apartheid, governo racista que predominou na África do Sul de 1948 até 1994. Lutou para construir uma sociedade livre e democrática, onde todos pudessem viver em harmonia independente da cor, raça, religião, lugar de nascimento, posição social e que houvesse oportunidade igual para todos. Por esse ideal foi condenado e ficou preso durante 27 anos, onde sofreu toda sorte de privações e adquiriu uma tuberculose que lhe tirou a vida. Seu exemplo trouxe esperança e alegria ao seu povo bem como a todos os habitantes da terra.

Com o 3º Domingo de Advento, damos mais um passo em direção ao Natal. Até agora aprendemos lições importantes. Muitas delas de maneira dura, por meio de tristezas, decepções, sofrimentos e angústias. Experiências que marcaram nossa vida nos dando a sensação de que a alegria e a felicidade eram apenas lampejos de uma vaga lembrança.

Mas no belo texto de Isaias 35, o profeta, com uma linguagem poética, ilustra com as cores mais lindas que a natureza pode oferecer uma nova realidade. Fontes de água irromperão no deserto e as flores cobrirão as terras ressequidas. Olhos cegos serão abertos, ouvidos surdos serão desimpedidos, aleijados saltarão como a gazela e os mudos começarão a cantar. Uma estrada sagrada será construída. Nela ninguém que seja perigoso ou ameaçador poderá andar, mas somente o povo que o Eterno redimiu. O profeta está sinalizando para o estabelecimento do Reino de Deus a toda a humanidade.

Com o nascimento de Jesus Cristo o Reino de Deus foi definitivamente inaugurado. E nós, que vivemos hoje, temos o privilégio de olhar para a manjedoura e conhecer a riqueza de consolo que ela nos oferece. Importa-nos olhar para a visão do Reino de Deus e descobrir em nossa realidade as pistas para esperança e alegria. A vida de Mandela é uma dessas pistas que nos aponta a possibilidade do Reino. Ele morreu sem ver seus ideais totalmente concretizados. E nós aguardamos a implantação definitiva do Reino de paz e justiça inaugurado com o nascimento de Jesus.

A nossa realidade pode estar repleta de frustrações, sofrimentos, violências e tristezas. Mas se com fé olharmos para a visão do Reino descrita por Isaias, seremos encharcados de esperança e alegria. Amém!

Soli Deo Gloria

Rev. Ezequiel Luz

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

TEMPUS FUIGIT: CHEGOU O ADVENTO

“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”. (Mt 24.42)

Já estamos novamente no tempo de Advento. Inicia-se neste domingo mais um ano cristão. Novamente nos preparamos para o anúncio da chegada de Jesus, o Salvador. Também nos preparamos para um tempo de meditação, arrependimento, perdão e comunhão. De fato o “tempus fugit”, isto é, o tempo foge, voa, passa rápido. Mas o Senhor do Universo mantém sua promessa de que “enquanto o mundo existir, sempre haverá semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8.22). Em outras palavras sempre haverá um fim e um começo. Este é o ciclo da vida.

Como estamos em mais um começo devemos alegrar-nos com as novas possibilidades que se abrem. O Deus Emanuel quer orientar nossa vida. Por esta razão ele exorta aqueles que dizem: “Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro!” Quem faz uma afirmação como esta não sabe como será a vida amanhã. Não é só o tempo que voa, nós também voamos, somos como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. Sendo assim devemos dizer: “Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo.” (Tg 4.13-15).

Se o “tempus fugit”, passa rápido, isto significa que estamos cada vez mais perto do dia em que todo olho verá o filho do homem vindo numa nuvem com poder e glória. Nós vivemos entre dois adventos. Um é histórico. Jesus nasceu em uma manjedoura, em Belém da Judéia nos dias do Rei Herodes (Mt 2.1). O outro é escatológico, anunciado pelos textos do Novo Testamento e apontando para a volta de Jesus no final dos tempos. Estamos cada vez mais distantes do advento histórico e cada vez mais próximos do advento escatológico.

Portanto, sabendo que o “tempus fugit”, devemos nos preparar para as comemorações do advento histórico e nos preparar para o encontro no advento escatológico. Devemos também se alegrar com a certeza que Jesus continua chegando através da celebração do culto, da exposição da palavra, da Santa Ceia e do batismo. Advento sempre acontece quando pessoas se reúnem e respondem com fidelidade o chamado para servir a Deus servindo às pessoas.

Soli Deo Glória
Rev. Ezequiel Luz

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

OS CINCO SOLAS DA REFORMA

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.16, 17)


A igreja tem no Pentecostes (At 2) a sua certidão de nascimento. Mas com o correrdos séculos as doutrinas e práticas originais foram se modificando e se afastando sensivelmente da Bíblia. Muitas vozes se levantaram clamando por uma reforma na Igreja. Homens como João Huss, e tantos outros, foram mortos por defenderem seus ideais de conduta e fé. Dizem que no cárcere, sentenciado pelo papa para ser queimado vivo, João Huss disse: "Podem matar o ganso (huss em alemão é ganso), mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar". João Huss morreu em 1415.

Aproximadamente cem anos depois surge o cisne, um monge agostiniano chamado Lutero, preocupado com o problema da salvação. Durante anos seguidos, estuda a Bíblia e descobre na carta de Paulo aos Romanos, que a salvação é através da fé em Jesus Cristo. Tradicionalmente, 3l de Outubro de 1517 é aceita como a data do nascimento do movimento reformador. Neste dia Martinho Lutero afixou as noventa e cinco teses nas portas da Catedral de Wittemberg. Suas ideias se espalharam rapidamente como fogo em palheiro. Provocaram mudanças profundas na igreja e na cultura ocidental.

Os estudos sobre as teses de Lutero deram origem a cinco princípios fundamentais da reforma protestante. São também conhecidos como “os cinco solas” da reforma.  A palavra latina “sola” significa “somente” em português. Os cinco princípios fundamentais, ou “solas” da Reforma Protestante são: Sola Scriptura (somente a Escritura); Solus Christus (somente Cristo); Sola Gratia (somente a graça); Sola Fide (somente a fé) e Soli Deo gloria (glória somente a Deus).

Parece-me que em nossos dias precisamos reafirmar os ensinos da Reforma. Ao comemorar mais um 31 de outubro é imprescindível que louvemos a Deus por este movimento que colocou a Igreja de volta na sua rota original. Ao mesmo tempo, temos que ter humildade para admitir que a chamada igreja evangélica de hoje necessita de uma nova reforma. Portanto, oremos para que ela venha e que Deus nos dê a coragem de assumi-la. Amém!


Soli Deo Gloria

Rev. Ezequiel Luz

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O EVANGELHO

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”(Rm 1.16)

Ângela Kempfer, articulista do Campo Grande News, conta que indo para o trabalho, ouviu pelo rádio do carro um chamado que a fez mudar de rota. O locutor convocava os ouvintes para a “unção dos celulares”, com a promessa de notícias boas para o resto da vida e recompensas em dinheiro. Então ela se dirigiu para o endereço anunciado e entrou em um templo evangélico. A justificativa bíblica para os efeitos sobre o celular era o texto de Mateus 16.19 que diz: O que ligares na terra sido ligado nos céus. O pastor para convencer os fiéis afirmava: “O celular faz o que? Ligações!” Então desafiava os ouvintes que queriam receber todas as promessas anunciadas a contribuírem com o dízimo. Seria isso evangelho?

Como se sabe, a palavra evangelho vem do grego “euanggelion” que significa boas novas do Reino de Deus. O termo também se refere à mensagem de salvação conquistada para um povo caído por meio da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, o Filho de Deus. O povo que recebe a salvação, a Igreja tem a obrigação de proclamar a mensagem do evangelho com toda a fidelidade. Um dos maiores crimes da atual geração cristã é a negligencia para com a mensagem do evangelho. Os temas essenciais, como a justiça de Deus, a depravação total do homem, a expiação pelo sangue de Cristo, a natureza da verdadeira conversão, e outros, desapareceram da maioria dos púlpitos. As igrejas reduziram a mensagem do evangelho a meras promessas de prosperidade e pior, distorcem o texto bíblico para legitimar as promessas.

O resultado desse reducionismo é catastrófico. Primeiro porque endurece ainda mais o coração daqueles, que mesmo frequentando a igreja, possuem uma falsa sensação de que são cristãos e vivem em busca de resposta para seus sonhos consumistas. Segundo porque deforma a igreja. O corpo espiritual de Cristo que deveria ser formado por pessoas regeneradas é transformado em um ajuntamento de pessoas egoístas, interesseiras, que professam conhecer a Deus, mas suas obras o negam. Terceiro porque faz do evangelismo um empreendimento humano e empresarial. E ainda porque promove descrédito ao nome de Deus.

Portanto é hora da igreja acordar. Não é admissível ficar inerte quando o glorioso evangelho de Jesus Cristo é substituído por um falso evangelho. Precisamos recuperar a verdadeira mensagem do evangelho, poder de Deus, e, proclamá-la clara e audaciosamente a todas as pessoas.
Soli Deo Glória

Rev. Ezequiel Luz

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

85 ANOS DA MISSÃO CAIUÁ

“(...) e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, (...)”(Ap 7.9)

A Missão Evangélica Caiuá, com sede em Dourados, MS, realiza trabalhos evangelísticos, assistenciais entre diversas tribos indígenas do país. Atualmente ela é uma parceria das Igrejas Presbiteriana do Brasil (IPB) e Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB). Tem por objetivo evangelizar o índio e habilitá-lo para a vida entre a sociedade branca, procurando preservar a identidade e os costumes da aldeia. E para isso oferece educação bilíngue em português e na língua falada pelos indígenas.

Sua origem se deve ao desejo do Rev. Albert Maxwell de ajudar o índio Kaiwá que vivia na região de Dourados na década de vinte. Como essa intenção o Rev. Maxwell vai até São Paulo e, através do apoio da Comissão Brasileira de Cooperação das Igrejas Evangélicas, organiza a Associação Evangélica de Catechese dos Índios em 28 de agosto de 1928. Esta associação sediada em São Paulo envia, através se suas respectivas igrejas, os seguintes missionários para Dourados: Rev. Albert S. Mawwell e sua esposa Mabel Maxwell através da Presbyterian Church in the United States, o médico Dr. Nelson de Araújo da Igreja Metodista, o agrônomo Sr. João José da Silva, sua esposa D. Guilhermina Alves da Silva, pela Igreja Presbiteriana do Brasil e o professor Esthon Marques da Igreja Presbiteriana Independente. É criada assim, a “Missão Evangélica Caiuá”.

Em 1942 o Rev. Maxwell contrai uma doença nos pulmões e deixa a Missão voltando para os Estados Unidos, com sua esposa e filhos. Para substituí-los foram designados o Rev. Orlando Andrade e sua esposa D. Lóide Bonfim de Andrade. Em vinte e três de setembro de 1943 o casal é admitido na Missão Caiuá com sustento proveniente da Missão Americana.

A Missão Caiuá mantém o Instituto Bíblico para a formação de lideranças indígenas, o Hospital e Maternidade Porta da Esperança, o Centrinho que acolhe crianças indígenas subnutridas para recuperação e a Escola de Ensino Fundamental Francisco Meireles, primeira escola bilíngue do Brasil. Além disso, através de convênios com o Governo Federal, atende em parceria com a SESAI (Secretária Especial de Saúde Indígena) do Ministério da Saúde, 62% da população indígena brasileira nas áreas de saúde e saneamento básico.

Louvemos a Deus pela Missão Caiuá, cuja atuação na saúde indígena é referência em todo o território nacional.

Soli Deo Gloria

Rev. Ezequiel Luz

sábado, 3 de agosto de 2013

OS EVANGÉLICOS E O PAPA FRANCISCO

“As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20).

Uma irmã, presbítera, disse-me que estava encantada com a simplicidade do Papa Francisco. Aos poucos fui percebendo que não somente ela, mas vários evangélicos não se cansam de elogiar o bispo jesuíta de alma franciscana. Durante sua permanência no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Bispo de Roma, com seu jeito simples, seu sorriso aberto e suas mãos estendidas, conquistou o povo brasileiro, e não apenas os católicos, mas também evangélicos.

Possivelmente esse encantamento deve-se a tácita insatisfação dos evangélicos com seus líderes. O Papa é seguidor, arauto e praticante de uma ética rigorosa, da simplicidade e do compromisso com os mais pobres, princípios desenvolvidos por São Francisco de Assis, o santo católico que trocou uma existência de luxo pela renuncia aos bens matérias. No Brasil muitos líderes evangélicos de hoje levam uma vida de ostentação e riquezas.

Outra razão é que mesmo pertencendo a uma igreja milionária – a Igreja Católica Apostólica Romana tem muito dinheiro – o Papa ostenta uma vida simples. Ele mesmo carrega sua pasta de couro, usa sapatos bem gastos. A cruz sobre o peito é a mesma que sempre usou e feita de ferro, contrastando com a de ouro e pedras preciosas que os outros papas usavam nas grandes ocasiões.  O anel do pescador, símbolo do poder papal, que antes era feito de ouro maciço, agora é de prata dourada. Enquanto isso a maioria dos lideres evangélicos fazem questão de ostentar riqueza, poder e glória.

Outro motivo para a popularidade do Papa Francisco é que ele demonstra gostar de gente, de se relacionar com o povo, de dar e receber abraços. Usa gírias e fala de igual para igual com as pessoas. Já os atuais líderes evangélicos preferem a ostentação de títulos eclesiásticos que os separam do restante do povo.

Os evangélicos de hoje precisam urgentemente redescobrir o valor da simplicidade, virtude presente na vida de homens como Agostinho, Lutero e Calvino e de pessoas como Francisco, que mesmo tendo uma fé diferente do protestantismo histórico, comporta-se (pelo menos aparentemente) como homens de Deus deveriam se comportar.

Soli Deo Gloria

Rev. Ezequiel Luz